Sem investimentos em expansão há 15 anos, o grupo Paranapanema anunciou hoje que pretende gastar R$ 510 milhões até 2013 para ampliar sua produção no País, e se tornar líder no mercado interno de cobre refinado. Segundo o presidente do grupo, Luiz Ferraz, parte dos recursos virá de caixa próprio e o restante de financiamentos, visto que a companhia reestruturou sua dívida e hoje tem espaço para buscar novos financiamentos.
Entre os projetos de expansão, o mais importante é o da fábrica da Bahia de cobre refinado, que prevê uma ampliação da capacidade dos atuais 240 mil toneladas para 280 mil toneladas de cobre refinado por ano. Além disso, o grupo pretende elevar sua produção de tubos de 16 milhões de toneladas para 36 milhões de toneladas. "A Paranapanema quer ser a grande líder no mercado interno. Vamos dificultar a vida do Chile por aqui", afirmou Ferraz, ao se referir aos produtores chilenos, um dos maiores no setor de cobre.
Durante apresentação na Apimec Rio, o presidente do grupo Paranapanema destacou que a companhia, depois de sua reestruturação de dívida em 2009, está focada agora em aumentar a rentabilidade de seus ativos. Em seus planos estão também a construção de uma unidade de beneficiamento de ouro e prata, metais que sobram no processo de produção de cobre na empresa, e antes não eram aproveitados.
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A nova estratégia do grupo contempla ainda os 105 direitos minerários que a Paranapanema tem registrado no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). O executivo informou que o grupo fechou um acordo com uma mineradora para avaliar o valor real destes 105 direitos minerários.
Entretanto, Ferraz disse que a Paranapanema não pretende se tornar uma mineradora e a intenção é fechar parcerias com companhias do setor para garantir um fornecimento de insumos no longo prazo, a preços mais baratos, o que permitirá à companhia aumentar a competitividade no mercado. Ferraz revelou que um dos direitos minerários já foi vendido por um valor que pode chegar a US$ 8,1 milhões. Dos 105 direitos minerários impostos à Paranapanema, 25 são de minas de cobre.
Questionado sobre a possibilidade da Vale fazer uma nova oferta pelas ações da companhia, o executivo preferiu não comentar rumores e se limitou a comemorar o crescimento da Paranapanema nos últimos anos. "Se a Vale demorar (a fazer uma nova oferta) ela vai pagar três vezes mais caro" afirmou Ferraz, ao lembrar que a Paranapanema passou por um período de reestruturação, e que hoje tem uma sólida posição financeira.