O índice de inadimplência nos financiamentos de veículos em novembro de 2010 ficou abaixo do registrado nos mesmos meses dos últimos anos. Segundo dados divulgados há pouco pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a inadimplência em novembro passado foi de 3,0%, enquanto os índices de 2009 e 2008 foram 4,6% e 4,1%, respectivamente.
O volume de crédito concedido em novembro de 2010 cresceu 18,3%, passando de R$ 155,6 bilhões em novembro de 2009 para R$ 184,1 bilhões. O índice de confiança do consumidor também avançou: passou de 115,5% em 2009 para 126,2 em 2010.
Essas são as razões principais apresentadas pela entidade para o crescimento recorde na produção e vendas de veículos no ano passado. Em 2010, foram produzidas 3,64 milhões de unidades, 14,3% a mais do que em 2009. As vendas em 2010 somaram 3,52 milhões de unidades, um número 11,9% superior que o de 2009.
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Medidas para conter crédito não afetaram vendas
O presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, afirmou que as medidas de restrição ao crédito anunciadas pelo governo em dezembro ainda não surtiram efeito sobre as vendas de automóveis no País. "O setor está reagindo muito bem e um termômetro é o grande movimento nas lojas", disse o executivo.
Belini lembrou, no entanto, que as vendas devem cair em janeiro na comparação com dezembro, mas ressaltou que a previsão baseia-se em dados históricos. "A média histórica dos últimos 10 anos mostram uma queda de 27% nas vendas no primeiro mês do ano em relação a dezembro. Mas o que acontecerá neste ano só vamos saber ao certo ao final do mês", disse.
As medidas para o câmbio anunciadas hoje pelo governo foram consideradas positivas pelo presidente da Anfavea, uma vez que devem ajudar a segurar a cotação do dólar no atual patamar. O executivo ressaltou, no entanto, que elas não são suficientes para elevar a competitividade das exportações do setor.
O executivo lembra que o setor está preparando um estudo específico sobre o tema, que deverá ser entregue ao governo em breve. Belini admitiu, ainda, que alguns pontos do estudo poderão ser conversados com o governo antes mesmo do documento estar concluído. "Poderá ser levado ao governo gradativamente", disse.
Belini lembrou que o setor automotivo responde por cerca de 23% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial brasileiro e que o diálogo com o governo tem sido constante. Paralelamente, destacou que as montadoras instaladas no País estão fazendo sua parte, com a busca de nichos específicos e novos mercados. Além disso, destacou que o setor programa investimentos de US$ 11,2 bilhões para o País entre 2010 e 2012. Os recursos serão aplicados em desenvolvimento de novos produtos, tecnologia, melhora de processos e aumento de capacidade.