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Análise

Indústria não superou impactos da crise, diz economista

Agência Brasil
11 mar 2010 às 14:41

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O setor industrial "ainda não ultrapassou todos os impactos da crise" financeira internacional ocorrida a partir de setembro de 2008, mas poderá crescer entre 5% e 6% neste ano, na avaliação do gerente executivo de Política Econômica, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco.

Segundo ele, a economia como um todo, já retomou o crescimento desde o segundo semestre de 2009, "como mostram os dados divulgados" hoje (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Castelo Branco explicou que, embora a economia tenha movimentado R$ 3,143 trilhões em 2009, enquanto em 2008 esse total foi de R$ 2,9 trilhões, a retração de 0,2% se deve ao valor real do dinheiro, calculado pelo IBGE "a partir de um conjunto de índices que revelam o impacto inflacionário sobre os preços".

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O economista afirmou que o crescimento do desempenho do setor de serviços no ano passado, embora inferior ao de 2008, deveu-se ao atendimento da demanda doméstica, que ficou aquecida, enquanto o setor industrial, que vende fundamentalmente para o exterior, teve baixo desempenho.

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De acordo com Castelo Branco, a crise financeira mundial iniciada no final de 2008, "afetou fundamentalmente os investimentos no ano passado", quando tiveram queda de 9,9%. Para este ano, a expectativa do setor é de investimentos "acima de dois dígitos, possibilitando aumento da produção, que vai liderar o crescimento no ano".


Castelo Branco acredita que isso deve refletir no mercado de trabalho do setor, que desde o fim do ano passado vem mostrando recuperação, embora ainda inferior aos níveis de setembro de 2008, quando a crise mundial começou a ter reflexos no Brasil.

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"Quando falamos em PIB temos que levar em conta que as empresas são afetadas de forma diferente, de acordo com o segmento que representam".


O economista lembrou que as áreas que trabalham para o consumo interno continuam com melhor desempenho, mas, o setor exportador e o de bens de capital ainda dependem dos investimentos, para que possam também aumentar a oferta de empregos.

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Dados divulgados hoje pelo IBGE mostram que o comércio varejista ampliado - que inclui o varejo e a revenda de veículos, motos, partes e peças e de material de construção - cresceu 10,3% em janeiro em volume de vendas e 11,6% na receita nominal, em relação ao mesmo mês de 2009.


A redução da cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis novos até 31 de março de 2010, foi o principal fator apontado pelo instituto para o crescimento da atividade. No 12 meses fechados em janeiro o crescimento das vendas foi de 11,9%.


No segmento de material de construção, o crescimento em janeiro foi de 9,5%, na comparação com o mesmo período de 2009. Segundo o IBGE, "o aumento da confiança na recuperação da economia e a redução do IPI" em quesitos da lista de materiais de construção "podem explicar tal comportamento".

A área de lubrificantes e combustíveis vendeu mais 4,8% em janeiro deste ano, comparada a janeiro de 2009, mas em 12 meses ficou em 0,9%. Segundo o IBGE, o comportamento em janeiro decorreu da alta de preços do álcool combustível, que foi de 12,5% nos 12 meses fechados em janeiro.


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