A inflação irá recuar tão logo as commoditties e o preço dos alimentos diminuam, disse hoje (23) o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao ser questionado sobre o relatório de inflação do Banco Central que indica elevação de juros no ano que vem. Ele tentou minimizar o problema alegando que a questão não é estrutural.
"Nós temos a questão de elevação de preços de commoditties, principalmente de alimentos. Então, é uma elevação muito bem detectada e bem identificada. Não é uma inflação estrutural da economia e significa que ela recuará tão logo as commoditties e o preço dos alimentos recuem", disse.
Ontem (22), o Banco Central divulgou o relatório de inflação do último trimestre que mostrou que os riscos de inflação aumentaram para 2011. Segundo o diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Carlos Hamilton Araújo, um risco é externo e vem do aumento dos preços das commodities (produtos básicos com cotação internacional).
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Internamente, informou Araújo, há "descompasso entre as taxas de crescimento da demanda doméstica e da oferta, baixa ociosidade dos fatores de produção e os aumentos recentes de preços no atacado, como fator de risco para a inflação ao consumidor".
As projeções para a inflação no próximo ano desviadas da meta sugerem necessidade de aumento da taxa básica de juros, a Selic, no curto prazo, avaliam os técnicos do BC no relatório.
O ministro Guido Mantega, que fará parte do governo da presidenta eleita, Dilma Rousseff, disse ainda que 2011 será um ano bom. "Vamos continuar o que estamos fazendo em 2010. Vai ser um ano de ajuste da economia, mas de crescimento forte", disse.