Pela primeira vez, os investimentos superaram em 2010 os gastos com custeio. Esse é um dos destaques da nova edição do boletim "Economia Brasileira em Perspectiva". Para embasar o discurso de sustentabilidade da política fiscal, o boletim traz um indicador de produtividade do consumo do governo que mostra a relação entre investimento e despesas de custeio da máquina. Em junho, essa indicador alcançou 108,6%. Em 2003, no primeiro ano do governo Lula, o indicador era de 26,6%.
Na análise do Ministério da Fazenda, os dados do indicador mostram que investimentos públicos não só cresceram nos últimos anos, como essa evolução ocorreu sem que os gastos de custeio da máquina administrativa tenham aumentado. "Esse é um claro indicador de melhoria da qualidade do gasto público. Ao contrário, as despesas com manutenção da administração pública estão estabilizadas em valores reais", destaca o documento.
Para a Fazenda, a ampliação da infraestrutura econômica e social pelo setor público é possível "sem descontrole do consumo governamental". De acordo com os números do Ministério da Fazenda, para cada real gasto em custeio em 2001 o governo gastava mais de R$ 0,50 em investimento.