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Superaquecimento

Já faltam TVs e celulares no mercado brasileiro

Agência Estado
13 jun 2010 às 19:27

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- Divulgação
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O superaquecimento do consumo, sinalizado pelo crescimento recorde do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, já provoca escassez de produtos. Fabricantes de reboques e semirreboques para transporte rodoviário de carga estão com os pátios cheios de carretas prontas que não podem ser entregues .

Na Zona Franca de Manaus, as indústrias de televisores e de celulares não conseguem cumprir os prazos de entrega ao varejo por falta de componentes importados. As mercadorias ficam paradas por cerca de nove dias à espera de liberação nos terminais de cargas do aeroporto da cidade, cuja infraestrutura é insuficiente para administrar o aumento no fluxo de cargas, que triplicou nos últimos meses.

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Além da quantidade limitada de modelos de TVs, o brasileiro ainda correu o risco ver o copo vazio durante a Copa do Mundo. O forte aumento do consumo de cervejas e refrigerantes este ano, muito acima do esperado, provocou falta de latas de alumínio e rótulos de cerveja no País, obrigando os fabricantes a importar esses insumos para atender à demanda doméstica.

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O surpreendente crescimento de consumo decorreu, em boa parte, do aumento do poder aquisitivo e da oferta de crédito fácil no País. O ritmo foi tão acelerado que o Banco Central retomou a política de alta da taxa de juros para evitar descompassos entre oferta e demanda capazes de pressionar a inflação.

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Pneus


Um típico exemplo desse descompasso ocorreu no segmento de pneus de carga (para caminhões e ônibus). Depois de terem desativado parte das linhas de produção desse tipo de pneu no período mais crítico da crise financeira mundial, agora os fabricantes instalados no País não conseguem acompanhar o ritmo acelerado da demanda, que cresceu com o aquecimento da economia brasileira.

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Nos primeiros quatro meses de 2010, foram vendidas 16,4 mil carretas, o que representou crescimento de quase 40% em relação a igual período do ano passado, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir). Desde janeiro, o preço do pneu subiu em média 16%.


A falta do produto tem provocado atrasos crescentes nas entregas de carretas, que já chegam a dez dias. ''A situação é tão complicada que alguns clientes chegam a trazer pneus usados para poder retirar o equipamento'', conta o diretor executivo da Randon Implementos e Veículos, Norberto Fabris. A empresa é líder de mercado, com 35% das vendas no País.


Com fábricas no município gaúcho de Caxias do Sul e em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, a Randon costuma manter um estoque médio de 800 carretas em seus pátios. Na semana passada, esse número era de 1.300 unidades.

''Temos de fazer malabarismo para tentar driblar essa situação que nos prejudica bastante'', diz José Carlos Librelato, diretor-presidente da Librelato, de Santa Catarina. ''Estamos com a produção de quase um mês parada no pátio'', ressalta o empresário. No mês passado, a Librelato emplacou 324 carretas.


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