O presidente da JBS Friboi, Joesley Batista, praticamente descartou a entrada da companhia no mercado de leite UHT (longa vida). A companhia estreou no mercado de lácteos com a associação ao Bertin, dono da Vigor, em setembro do ano passado. Nos últimos meses, surgiram rumores sobre a possibilidade de a companhia comprar outras empresas desse setor, como a Parmalat e a Itambé. Batista admite que aquisições devem acontecer, mas dificilmente elas atingirão fabricantes de longa vida. "No segmento UHT, puro e simples, certamente não vamos entrar", disse a jornalistas, lembrando que esse segmento é reconhecido por margens apertadas.
O Bertin tem atuação tímida no mercado de leite UHT, mas tem presença forte em derivados como leite e iogurtes, com as marcas Leco, Vigor, Danúbio e Faixa Azul. O executivo admitiu que a marca Parmalat é forte, o que poderia despertar o interesse da JBS na aquisição, mas ressaltou que ela não pertence à Laep, controladora da companhia que tem apenas o direito de uso da marca por um tempo determinado. "E nós também temos marcas fortes, como Leco e Vigor", afirmou.
Sobre a possibilidade de a companhia ingressar no segmento de aves no Brasil, seguindo o modelo de diversificação adotado por alguns de seus concorrentes, Batista disse que a forma como o mercado está distribuído no País deixou poucas oportunidades de aquisição para a JBS. "Comprar várias empresas médias para formar um grande negócio não tem o perfil da JBS", disse o executivo, que chegou a fazer proposta para aquisição da Sadia.
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As aquisições realizadas pela JBS normalmente envolvem empresas que ocupam posição de liderança, ou estão perto dela, em seus mercados. Em conversa com jornalistas nesta manhã, Batista contou que a JBS também negociou a compra da Seara, terceira maior processadora de frangos do País adquirida pela Marfrig Alimentos da Cargill no ano passado. "Nós éramos um candidato a comprar a Seara, mas a oferta deles (Marfrig) foi muito maior do que a que eu fiz", revelou.