Os jovens da faixa etária dos 18 aos 29 anos são quase metade dos migrantes - aqueles que mudam de uma região para outra e dentro da própria região - no País, de acordo com o estudo "Migração Interna no Brasil", divulgado hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em 1995, do total de migrantes no Brasil, o porcentual de jovens era de 49,9% e, em 2001, de 47,3%. Há cinco anos, o total era de 45,5%, índice pouco menor que o de 2008, de 45,6%.
O instituto aponta que "esse indicador já está em diminuição, graças ao processo de envelhecimento populacional". Apesar disso, o número de jovens migrantes de dentro da Região Sul apresentou aumento no último período analisado: de 39,5% em 2005 para 49,9% em 2008. O instituto destaca o alto porcentual de jovens entre os migrantes do Nordeste para o Sudeste em 2008: 62,9%.
O estudo mostra também que a informalidade era maior entre os migrantes que entre os não migrantes nos três primeiros anos da série (1995, 2001 e 2005). Em 2008, houve uma inversão e a informalidade passou a ser maior entre os não migrantes. "Isso ocorreu porque a velocidade de queda da informalidade tem sido maior entre os migrantes, com destaque para os migrantes do Nordeste para o Sudeste", registrou o Ipea. Entre os brasileiros que migraram do Nordeste para o Sudeste, houve queda na informalidade de 50% em 2005 para 40,9% em 2008.
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De acordo com o Ipea, essa dinâmica criou uma situação curiosa. "Os que migraram do Nordeste para o Sudeste se encontravam, em 2008, em melhor situação do que os próprios não migrantes do Sudeste", afirmou o instituto, no estudo. "Se o processo continuar nessa direção, será possível dizer que esses migrantes estão cada vez mais se qualificando em termos de inserção."
Construção
O estudo destaca ainda o bom desempenho da construção civil no Sudeste e informa que 20% dos homens que migram do Nordeste para o Sudeste trabalham neste setor. O Ipea usou para a análise dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e considerou como migrantes aqueles que mudaram de Estado nos cinco anos anteriores a cada uma das datas usadas na pesquisa.