O governo brasileiro pagou este ano o equivalente a R$ 216,82 bilhões em juros da dívida pública. O cálculo foi realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que lançou nesta manhã o "Jurômetro". A ferramenta é inspirada pelo "Impostômetro", da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Enquanto o "Impostômetro" mostra em tempo real o peso da carga tributária brasileira, o "Jurômetro" utiliza dados oficiais do Banco Central (BC) em um modelo estatístico que considera a taxa básica de juros (Selic) e o número de dias úteis.
O "Jurômetro" está disponível no site www.jurometro.com.br, mas a intenção é, em breve, instalar painéis como o do "Impostômetro" em frente à Fiesp e próximo ao Banco Central em Brasília. Na página da internet a entidade paulista dá o valor gasto em juros e exemplos de como seria sua aplicação em outras áreas do governo, como educação, habitação, transporte e renda.
De acordo com a entidade, se o volume de R$ 216,82 bilhões fosse aplicado em educação, o valor seria suficiente para construir 234.542 escolas de ensino fundamental, considerando a Campanha Nacional para o Direito à Educação. Os recursos, se aplicados em habitação, seriam suficientes para construir 64,22 milhões de ligações de esgoto, considerando o Plano Plurianual 2012-2015 do Ministério das Cidades. O dinheiro também serviria para inaugurar 332 novos aeroportos com o padrão do Aeroporto de Natal (RN). Em termos de renda, essa verba seria suficiente para 895,96 milhões de beneficiados no Bolsa-Família, conforme o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.