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Juros do cheque especial são de 160,3% ao ano

Agência Brasil
23 jun 2010 às 17:41

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Os juros anuais cobrados pelo uso do cheque especial caiu em maio, segundo dados divulgados hoje (23) pelo Banco Central (BC). De abril para maio, a taxa do cheque especial caiu 1 ponto percentual, para 160,3% ao ano.

No caso do crédito pessoal, que inclui operações de crédito consignado, houve aumento de 0,1 ponto percentual, para 43% ao ano. Para a compra de veículos, o aumento foi de 1,3 ponto percentual, para 24,8% ao ano.

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Segundo dados do BC, a taxa média de juros cobrados nos empréstimos para as pessoas físicas teve aumento de 0,4 ponto percentual e chegou a 41,5% ao ano. Para as empresas, a alta foi de 0,7 ponto percentual, para 27% ao ano.

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Gastos do brasileiro com transporte se igualam aos destinados à alimentação

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O brasileiro está gastando com transporte, por mês, praticamente a mesma quantia que paga pela alimentação. É o que constata a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), divulgada hoje (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


De acordo com o levantamento, a família brasileira, que gasta em média R$ 2.626 mil por mês, destina 61,3% para despesas com alimentação, habitação e transporte. Desse total, 16,1% vão para os alimentos e 16% são gastos com locomoção. Para assistência à saúde, são destinados 5,9% do orçamento e à educação, 2,5%.

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Em relação à POF elaborada em 2002-2003, nota-se uma queda nos gastos com alimentos, que antes eram de 17,1%, e um aumento das despesas com transporte – passaram de 15,1% para 16% do orçamento familiar. O dinheiro destinado à habitação se manteve estável (de 29,3% para 29,2%).


Segundo o gerente da pesquisa, Edilson Nascimento, o aumento das despesas com transportes pode estar ligado à variação do preços dos combustíveis e ao aumento da demanda (mais pessoas incluem o gasto nas despesas familiares), reflexo da expansão do mercado de trabalho.

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"Talvez, por alternativas de mercado, como o preço da alimentação, com a alternativa fora do domicílio aumentando, as pessoas ocupadas em atividades fora do domicílio procuraram formas mais baratas de se alimentar como os fast foods e [os restaurantes] a quilo", avaliou Nascimento. Ele explica que os gastos com alimentação fora do domicílio não foram contabilizados no percentual de 16,1%.


Entre os meios rural e o urbano, o perfil dos gastos é diferente. No campo, as pessoas gastam mais com alimentação (27,6% dos gastos de consumo) e menos com habitação (30,6%), do que quem vive nas cidades (19% e 36,4%, respectivamente), ainda que essas despesas venham aumentando ao longo dos anos, principalmente, no meio rural. Na pesquisa anterior, a participação era de 28,6%.

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"A população rural está tendo mais acesso ao setor de serviços, como telefonia, que antes era mais dificultado, e isso faz subir os gastos com habitação, que incluem taxas e serviços, além de gastos com mobiliário, artigos para o lar e eletrodomésticos, por exemplo", completou Nascimento.


Na cidade, os gastos com alimentação fora do domicílio também é maior, com destaque para a despesa média na Região Sudeste, onde o valor chega a R$ 172,78 por mês – o maior do Brasil e mais que o dobro do valor da Região Nordeste (R$ 81,23), embora o menor percentual de gastos com alimentação fora do domicílio tenha sido o da Região Norte (21,4%).

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A pesquisa também destaca que as despesas com assistência à saúde varia de acordo com a renda. Famílias com rendimento de até R$ 830 gastam mais com remédios (4,2%) do que com plano de saúde (0,3%). Nas famílias com renda superior a R$ 10.375, o percentual de gasto com remédio é de 1,9% da renda total e de 2,4%, com planos.



Permanece diferença entre despesas de famílias de brancos e de negros

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A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), divulgada hoje (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que se acentuou a diferença de valor das despesas mensais entre as famílias chefiadas por pessoas brancas e por pessoas negras.


Enquanto a despesa média do brasileiro é de R$ 2.626, a de famílias cuja pessoa de referência (quem respondeu a pesquisa) era branca, o gasto era 28% maior, de R$ 3.371. Também era 89% superior às despesas de famílias de pretos (R$ 1.783) e 79% maior que a de pardos (R$1.885).


Em relação ao levantamento anterior, feito entre 2002 e 2003, as desigualdades aumentaram. Percentualmente, passaram de 82% para 89% em relação às famílias pretas, embora tenha diminuído de 84% para 79%, destaca a POF de 2008/2009.


As diferenças entre as despesas também apareceram quando há diferença de gênero. Se a pessoa que respondeu a pesquisa era um homem, a despesas mensal era de R$ 2.800,16 (também acima da média nacional), enquanto os gastos de famílias chefiadas por mulheres era de R$ 2.237,14.


O responsável pela pesquisa, José Mauro de Freitas destaca que a diferença entre o extrato feminino e masculino aumentou de 15% para 20% entre uma pesquisa e outra. Para ele, a explicação está na estrutura da sociedade, assim como para o caso das diferenças entre as raças.


"É importante destacar que os dados representam a despesa média mensal informada pela pessoa de referência, embora muito provavelmente o dado esteja relacionado com fatores sociais que fazem com que a composição dessas despesas continuem com essas distâncias", afirmou o analista.


A POF também avaliou os impactos da escolaridade sobre os gastos das famílias e constatou diferença de 207% entre os gastos das famílias cuja a pessoa de referência tinha mais de 11 anos de estudo (R$ 4.314,92) e as que o chefe tinha menos de um ano (R$ 1.403,42).

O aumento da despesa também está relacionado ao fato de as famílias terem algum integrante com nível superior completo. Entre essas, o rendimento saltava para R$ 4.296,05, enquanto nas que ninguém tinha terminado uma faculdade os gastos eram de R$ 1.659,99.


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