O Paraná possui o leite de melhor qualidade em termos médios e uma das maiores bacias leiteira do Brasil. A produção estimada para o ano de 2006 é de 2,6 bilhões de litros, contra 2,5 bilhões em 2005. Assim como a produção, a qualidade do leite é uma das principais preocupações do Governo do Estado, que desenvolve projetos, parcerias e eventos visando o aperfeiçoamento das técnicas utilizadas pelos produtores paranaenses, incluindo cuidado com animais, ordenha e comercialização.
De acordo com dados do último censo do IBGE - Pesquisa de Pecuária Municipal de 2005, informados pelo técnico do Departamento de Economia Rural (Deral), Fábio Mezzadri, o Paraná é o terceiro maior Estado produtor de leite no Brasil, correspondendo a 10,3% da produção nacional. Perde apenas para Minas Gerais (28,1%) e Goiás (10,8%). O próximo censo sai no final deste mês. "Vários projetos são desenvolvidos no Estado durante todo o ano, como acompanhamento da produção leiteira, do gado e comercialização. Todas as atividades visam o aumento da produtividade e da qualidade do leite", afirma o médico veterinário da Coordenadoria do Leite do Paraná, Lourival Uhli.
"Esse investimento resulta na classificação de que o Paraná é considerado o melhor leite do Brasil em termos médios", diz o também médico veterinário da Coordenadoria do Leite do Paraná, Francisco Peres Júnior. Segundo ele, a região Nordeste do Estado possui uma das maiores bacias leiteira em termos de quantidade e as cidades da região de Castrolanda, Arapoti e Castro são as melhores em qualidade. "Empresas como Batavo, Danone e Nestlé compram nessas cidades porque o leite vai proporcionar produção de lactos de melhor qualidade", diz.
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Diversas ações visam melhorar ainda mais a qualidade e a produção, como assistência técnica aos criadores prestada pelo Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater); pesquisas tecnológicas feitas pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar); vigilância sanitária pela Secretaria da Agricultura; acompanhamento de mercado pelo Departamento de Economia Rural; além do Crédito Pronaf, realizado em parceria com o Governo Federal, que prevê a concessão de linhas de crédito a criadores; e a Agência Fomento, programa em que o produtor contrai o crédito, que é transformado em equivalência do milho, ou seja, a correção da dívida é feita de acordo com a produção de milho.
De acordo com Francisco, há situações extremas no Estado: qualidade excelente e ruim. "Nessa média, somos o melhor leite do país, mas ainda temos problemas, que vamos sanar com os projetos em desenvolvimento. Essa média tende a melhorar ainda mais", diz. O técnico explica que existe a chamada Instrução Normativa 51, que estabelece critérios para substâncias do leite, como proteínas, gorduras e lactose. "São parâmetros quantitativos, como as células somáticas, que indicam doenças como infecção nas glândulas mamárias dos animais. Essas doenças influenciam diretamente na produção e na qualidade do leite. Por isso, é necessário o monitoramento, que, agora, é obrigatório em lei federal", conta.
Segundo Fábio Mezzadri, houve crescimento das exportações de leite pelo Paraná. No primeiro semestre de 2007, foram 2,079 mil toneladas contra 1.757 mil toneladas em 2006. Isso significa um ganho de 6,04 milhões de dólares em 2007 contra 4,72 milhões no ano de 2006. As exportações são destinadas principalmente para Europa, África, China, Índia e países da América Latina.
"Na Europa, por exemplo, pagava-se R$ 2.500 mil dólares por tonelada de leite em pó no ano de 2006. Este ano houve crescimento de 50%, chegando a R$ 5 mil dólares a tonelada", exemplifica Mezzadri. De acordo com o técnico, o resultado desse crescimento influencia no ganho dos produtores, que saltou de R$0,45 em julho de 2006 para R$0,62 no mesmo período de 2007, um aumento de 38%.
O rebanho no Estado chega a 10 milhões de cabeças, sendo que 7 milhões são de corte e aproximadamente 3 milhões gado de leite. São 100 mil produtores de leite e 377 laticínios. No consumo, o leite em pó de 400 gramas subiu de R$4,68 em julho de 2006 para R$5,65 em julho deste ano. Nos mesmo período, o leite longa vida teve crescimento de 50%, passando de R$1,37 para 2,04; e o leite C (de saquinho) aponta aumento de 33,6%, de R$1,07 para R$1,43. "Isso melhora a qualidade de vida da população rural", diz Mezzadri.
"O aumento nos preços refere-se a dois fatores principais. O primeiro é porque na época de inverno há menos pastagem para os animais, caindo em torno de 20% a 30% a produção de leite. Além disso, no mercado externo, dobrou o preço do leite em pó, além de diminuir a oferta no mercado interno. Também há disputa nos laticínios pelo leite em pó e pelo queijo. Grande parte do leite que ficava no Estado agora vai pra fora", explica o técnico.