A rede de lojas de roupas Primark retirou de suas prateleiras uma linha de sutiãs com enchimento para biquínis para meninas de até sete anos depois de criticada por promover "sexualização prematura" de menores.
A empresa pediu desculpas aos clientes que tivesse "ofendido" pelo produto e disse que vai doar os lucros obtidos com a venda do sutiã para uma organização beneficente em prol de crianças. O biquíni, nas cores rosa-choque com estrelas e preto com bolinhas, custava 4 libras esterlinas (o equivalente a quase R$ 10).
A diretora da organização Children's Society, Penny Nicholls, disse: "Nós apuramos em nossas pesquisas que as pressões comerciais para a sexualização prematura e a propaganda sem escrúpulos estão prejudicando as crianças."
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Segundo Nicholls, há indícios de que os adultos acham que as crianças estão mais materialistas do que as de gerações passadas, e os próprios menores sentem-se pressionados a acompanhar as últimas tendências da moda.
"Nós precisamos de uma mudança significativa no coração da sociedade onde adultos defendam valores melhores", afirmou.
Em meio à campanha eleitoral britânica, o líder conservador, David Cameron, qualificou a venda dos biquínis com enchimento para crianças como "uma vergonha".
As empresas deveriam "assumir alguma responsabilidade e parar com esse tipo de coisa", disse o político em entrevista à BBC.
Shy Keenan, da organização de ajuda às vítimas de pedofilia, The Phoenix Chef Advocates, disse que sempre fica surpreso "com a quantidade de lojas famosas que agora estão dispostas a tirar proveito da exploração pedófila".
A rede Primark, conhecida por vender roupas a preços muito baixos, tem 138 lojas na Grã-Bretanha e 38 na República da Irlanda.
Um porta-voz da empresa disse que ela levou em conta as preocupações despertadas pelo produto, do qual foi vendida uma quantidade "relativamente pequena". "A empresa suspendeu a venda da linha de produtos imediatamente", afirmou o porta-voz.