Destino mais procurado por turistas, à frente dos Estados Unidos e da Espanha, a França está se adaptando aos poucos à mudança progressiva no perfil de seus visitantes. Além de continuar acolhendo milhões de europeus, americanos, japoneses e árabes, Paris agora está aprendendo a lidar com novos perfis de turistas, os oriundos de países emergentes, como China e Brasil.
O número de turistas brasileiros cresceu 10% no último verão. E, de acordo com um relatório da Global Refund, as compras de brasileiros na França aumentaram 5,1% no ano passado, atingindo 37,8 milhões. De olho na nova demanda, empresas de franceses e de brasileiros começam a oferecer serviços em português para atrair clientes. Um dos recursos já utilizados é empregar funcionários de origem portuguesa, uma colônia forte em Paris desde os anos 70, ou contar com franceses ou brasileiros bilíngues.
Na hotelaria, as opções são variadas. Em um dos grandes hotéis cinco estrelas da capital, o George V, o português já aparece como uma das línguas faladas habitualmente pelos funcionários, ao lado do árabe e do japonês. A mesma estratégia também pode ser encontrada no comércio. Situada na Rue de Rivoli, bem em frente ao Museu do Louvre, a Benlux, loja de cosméticos fundada em 1959 por monsieur Benedek, descobriu há décadas o filão dos turistas. Dos 150 funcionários, 10% são brasileiros, uma forma de garantir a boa comunicação.