O comerciante que tem dúvidas sobre abrir uma loja dentro de um shopping pode, no Boulevard Londrina Shopping, testar a viabilidade do negócio nos chamados carts. Por um valor médio de R$ 3,5 mil ao mês, é possível contar com um tipo de quiosque padronizado por um mínimo de 30 dias e máximo de 11 meses, renováveis por igual período. O objetivo é facilitar o acesso do pequeno empresário aos centros de compra e dar fôlego para a abertura de uma estrutura maior, que custa em média o triplo do valor.
O grupo Sonae Sierra oferece o sistema desde 2010 em empreendimentos do grupo pelo mundo e o shopping de Londrina já nasceu com essa modalidade de negócio. Em um ano, 14 empresas já aderiram ao formato na cidade, que inclui no valor o fornecimento de energia elétrica e de atendimento de consultoria especializada em leiaute de quiosques, que é padronizado, mas ter adaptações como mais prateleiras.
O superintendente do Boulevard Londrina, Fábio Segura, afirma, no entanto, que o sistema atende também pessoas que querem ter um quiosque em shoppings sem gastar com a estrutura, que tiveram interesses sazonais, ou mesmo imobiliárias que quiseram divulgar novos empreendimentos. "Para a Páscoa, houve locação específica para a venda de chocolates de um lojista de rua. Então temos também a ideia de ser um parceiro do comerciante e dar a possibilidade de ele fazer o negócio dentro de um shopping"
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A receita que os carts geram para o shopping é pequena, diante do tamanho do empreendimento, diz Segura. Das 223 operações no local, 90% estão locadas, com geração de 2 mil empregos diretos. "Dentro das políticas da Sonae, temos o compromisso de desenvolvimento da comunidade e esse é um instrumento, de pegar um pequeno comerciante da rua, trazer para o shopping e fazer com que se desenvolva. Mas é claro que se depois ele se desenvolver em um lojista, tenho mais uma loja para o shopping."
São oito carts disponíveis, dos quais seis estão locados. Há planos de ampliação do sistema, que ele prefere não divulgar porque o projeto não foi aprovado ainda. "A ideia é trazer um espaço diferenciado dentro do shopping para abrigar mais de um cart dentro de um mesmo espaço", conta o superintendente.
Negócio inicial
O franqueado da Cacau Show Reinaldo Schlommer, no entanto, usa o cart como ponto de apoio para a loja que mantém no shopping. Ele montou ambos há 15 meses, mas colocou um quiosque mais direcionado à venda para consumo direto, próximo à praça de alimentação. "Nosso contrato era de 11 meses e renovamos. Acho que o cart, sozinho, não seria tão legal, mas é um bom complemento", afirma.
Para a empresária Elaine Cristina Cardoso Augusto, o sistema de carts permitiu que ela testasse a viabilidade da sua marca Pashmina & Cia, que até há um mês funcionava apenas em feiras de artesanato. Apesar de ela ser de Curitiba, a primeira loja de xales indianos foi lançada no shopping de Londrina. "É uma forma mais viável para o início de um negócio, para saber se vale a pena investir mais", conta.
A proprietária considera como principal vantagem, além do custo menor, o fato de os quiosques ficarem nos corredores, o que permite uma abordagem direta ao cliente, sem vitrines, e facilita o conhecimento de produtos menos conhecidos. "A loja dificulta porque a pessoa precisa entrar e pode não se sentir tão à vontade de provar a peça", diz Elaine, que fechou contrato de locação de um mês e que deve renová-lo.