O Governo do Estado divulgou no último sábado (17) um balanço com dados do programa Paraná Competitivo, inaugurado no início de 2011, para atração de empresas interessadas em investir no Estado. Segundo o levantamento, o programa movimentou R$ 20 bilhões com geração de 100 mil empregos diretos e indiretos.
No entanto, a região de Londrina recebeu apenas R$ 230 milhões em menos de dois anos, o que representa apenas 1,1% do total.
A área de Londrina fica atrás das regiões de Curitiba (R$ 4,1 bilhões), Ponta Grossa e Campos Gerais (R$ 2,2 bilhões) Maringá (R$ 508 milhões) e Cascavel e Sudoeste do Estado (R$ 440 milhões). O maior investimento foi na cidade de Ortigueira com a instalação da Klabin com custo de R$ 6,8 bilhões.
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Entre as cidade da região, Londrina ainda aparece atrás de Rolândia e Cambé. A única empresa que se instalou no município por intermédio do programa do Governo foi a Officer Informática, que investiu R$ 10 milhões em um centro de distribuição. A Vilma Alimentos investiu R$ 150 milhões em Cambé e outras três empresas se instalaram em Rolândia, totalizando R$ 69 milhões.
Se comparado com outras cidades, a diferença do montante atraído para Londrina e demais localidades é ainda maior. Nos Campos Gerais, somente Ponta Grossa recebeu cerca de R$ 900 milhões em investimentos.
Em entrevista ao portal Bonde, o secretário de Fazenda, Luiz Carlos Hauly, explicou que o programa não trata de doação e, sim, da iniciativa empresarial para atração e instalação de indústrias em todas as regiões do Estado.
Hauly disse que ele e o governador Beto Richa (PSDB) têm muita vontade de trazer empresas para Londrina, mas justificou que o "problema político" na gestão do ex-prefeito cassado Barbosa Neto (PDT) dificultou a atração de indústrias para a cidade. "Eu convido, pessoalmente, toda empresa que vem até a minha sala para se instalar em Londrina", garantiu.
Para melhorar o cenário de atração de empresas, o secretário de Fazenda cobrou um trabalho específico da Prefeitura de Londrina. "Por meio da do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), o Município precisa fincar o pé em São Paulo, Rio de Janeiro e outros grandes centros para garimpar os investimentos", ressaltou.
Hauly ainda esclareceu que o balanço do Paraná Competitivo não apresenta dados de micro-empresas e de outras 20 cadeias produtivas, que recebem incentivos fiscais.
O presidente da Codel, Nelson Brandão, justificou que as solicitações de investimentos não foram enviadas pelas gestões anteriores do instituto. De acordo com ele, os pedidos já foram enviados, mas sem tempo hábil para melhorar a colocação de Londrina no ranking de atração de empresas e indústrias. "Temos muitos projetos, mas os investimentos necessários não foram solicitados", resumiu.
Veja os investimentos na Região de Londrina
Londrina
Officer Informática – Implantação de centro de distribuição – R$ 10 milhões
Cambé
Vilma Alimentos - Construção de uma unidade - R$ 150 milhões
Rolândia
Agrícola Jandelle - Expansão do abatedouro de aves (duas unidades) - R$ 17,2 milhões
Dori Alimentos - Implantação de linha nova para produção de gomas e gelatinas - R$ 32 milhões
Pastifício Selmi - Implantação de fábrica de alimentos (macarrão/bolo) - R$ 20 milhões