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De mudança?

Londrina pode perder empresas para o Paraguai; entenda

Victor Lopes - Equipe Folha
05 mar 2014 às 14:53

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- Arquivo/Folha de Londrina
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O "flerte" dos empresários londrinenses com o Paraguai - com o objetivo de aproveitar as vantagens econômicas oferecidas pelo País vizinho e instalar plantas fabris por lá – está ficando cada vez mais sério. No final do mês passado, um grupo da cidade se uniu a uma missão de 156 empresários de diversos Estados – organizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) – para conhecer as oportunidades de investimento oferecidas pelo presidente (e empresário) paraguaio Horácio Cartes. Eles foram recebidos na sede do governo, em Assunção, numa recepção de gala. Segundo informações apuradas pela FOLHA, já existem empresários da cidade verificando os trâmites legais para transferir sua produção para o país. São as chamadas "maquiladoras", empresas estrangeiras que recebem incentivos do governo para se instalar no país.

A busca por melhores benefícios no Paraguai é totalmente justificada. O país fechou o Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado com crescimento de 14,1%. Com o objetivo de atrair o capital estrangeiro, o governo paraguaio aprovou a Lei de Parcerias Público Privadas. O plano e as vantagens de investimentos nas obras de infraestrutura foram apresentados aos empresários brasileiros pelo ministro de Indústria e Comércio do Paraguai, Gustavo Leite.

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Dentre as vantagens, Leite relatou que os custos de produção no seu país são 35% inferiores aos do Brasil. Destacou que o custo com a mão de obra no Paraguai equivale a 64,7% do Brasil e o valor da energia representa 36,4% do cobrado aqui. O ministro disse ainda que, só para os projetos de infraestrutura urbana, o Paraguai precisará de US$ 2,8 bilhões nos próximos cinco anos e US$ 5,4 bilhões na próxima década. As obras incluem a revitalização do aeroporto de Assunção, a reforma do centro histórico para acomodar as linhas expressas de ônibus e o recapeamento das principais vias da cidade. As obras de redes e sistemas de água e esgoto de Assunção e Ciudad Del Este exigirão investimentos de US$ 1,8 bilhão.

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O proprietário da Indúsfrio e presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Londrina (Sindimetal), Valter Orsi, participou da missão e não esconde a animação acerca do que viu em terras paraguaias. "Percebemos o quanto estamos reféns do governo brasileiro, com essa burocracia sem tamanho, elevada carga tributária e dificuldade de logística", decreta ele.


Durante a missão, os empresários brasileiros visitaram empresas nacionais com mais de mil funcionários que já estão em operação no Paraguai. Segundo Orsi, os empreendedores nacionais – que representavam 86 empresas – estavam muito empolgados com a política paraguaia de captação de recursos. "O contingente de mão de obra, pessoas dispostas a trabalhar, é enorme. Existem empresas, inclusive, que estão capacitando trabalhadores no Brasil e enviando de volta ao Paraguai", comenta o presidente do Sindimental.

Para afastar a insegurança jurídica que envolve o trabalho das "maquiladoras", o Paraguai aprovou, no final do ano passado, uma lei de responsabilidade fiscal. Conforme o presidente Horácio Cartes, a lei será a garantia de estabilidade para os investimentos no país. A agência de classificação de riscos Moody’s apontou a medida como um dos motivos da elevação da nota do Paraguai de BA3 para BA2.


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