O tempo do deslocamento casa-trabalho-casa é grande nas principais áreas metropolitanas do Brasil. Na região de Londrina, por exemplo, as pessoas gastam, em média, 109 minutos para ir e voltar dos seus locais de trabalho. O dado faz parte de um estudo divulgado nesta quarta-feira (9) pelo Sistema Firjan, do Rio de Janeiro. O levantamento também mostra que o tempo perdido nos deslocamentos tem um impacto significativo para a economia, a chamada "produção sacrificada". Em Londrina, o prejuízo gira em torno dos R$ 435 milhões, e não R$ 435 mil como havíamos divulgado. Já no país, o impacto é superior a R$ 111 bilhões.
A pesquisa analisou os dados de 601 municípios em 37 áreas metropolitanas do país. O levantamento foi divulgado nesta semana, mas os dados são de 2011 e 2012. Conforme o estudo, a região metropolitana do Rio de Janeiro foi a que apresentou o maior tempo de deslocamento (141 minutos). São Paulo está em segundo lugar (132 minutos). Já em relação ao custo, no Rio de Janeiro deixam de ser produzidos mais de R$ 19 bilhões (5,9% do PIB metropolitano) por conta do deslocamento, e em São Paulo o prejuízo é de quase R$ 45 bilhões (5,7% do PIB metropolitano).
O tempo das viagens casa-trabalho-casa na área metropolitana fluminense aumentou 11 minutos em relação a 2011, apesar de o número de pessoas que perdem mais de 30 minutos no trânsito ter caído. Isso significa que, embora uma parcela dos trabalhadores tenha conseguido emprego em locais mais próximos de casa, para os que continuam trabalhando longe, os deslocamentos ficaram ainda mais demorados.
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Na área metropolitana de São Paulo, o número de trabalhadores que levam mais de 30 minutos nesses deslocamentos aumentou 4,5%. Já o tempo da viagem aumentou apenas 1 minuto. Isso mostra que os programas de ampliação do sistema de mobilidade urbana (metrô, trens e corredores exclusivos de ônibus) conseguiram absorver parte do impacto de uma maior demanda por transportes.
Já em Londrina, o tempo médio das viagens se manteve o mesmo entre 2011 e 2012, em 109 minutos, e o impacto na economia causado por esse deslocamento aumentou de R$ 408.080,00 para R$ 435.095,00.
Outras grandes áreas metropolitanas registraram aumento do tempo de deslocamento, como Salvador (4,5%), Belo Horizonte (1,5%) e Recife (6,0%). No entanto, Fortaleza (-1,5%) e Porto Alegre (-1,3%) apresentaram queda no tempo das viagens.
Curitiba, por sua vez, aumentou o tempo médio das viagens de 120 para 122 minutos, e o prejuízo de R$ 575.454,00 para R$ 588.676,00.
O estudo completo do sistema Firjan pode ser conferido aqui. (com informações da assessoria de imprensa do sistema Firjan)