O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou nesta quarta-feira (10) que tenha tratado com o empresário Sílvio Santos a liberação de R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor de Crédito para cobrir o rombo no banco Panamericano. "Isso não é assunto de presidente da República. É assunto comercial do Banco Central", afirmou.
Lula, que embarcou de Moçambique para Seul, na Coreia do Sul, comentou também a prisão de policiais e auditores da Receita Federal e do Tesouro Nacional, que segundo denúncias, integravam uma quadrilha acusada de fraudar importações. "Só existe uma possibilidade de alguém não ser investigado. É ser honesto. É andar na linha. Isso demonstra que estamos atrás de bandido", disse o presidente, referindo-se à investigação conjunta da Polícia Federal e Receita .
Sobre a decisão do Tribunal de Contas da União, de recomendar a suspensão de 32 obras públicas, por apresentar "graves" irregularidades, Lula voltou a afirmar que o que o TCU investiga e constata nem sempre é verídico. "Muitas vezes existe desconfiança em relação a alguma obra que depois não se confirma", afirmou o presidente, que voltou a defender a revisão administrativa de avaliação de obras pelo TCU.
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Banco Panamericano recebe aporte de R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor de Crédito
O Banco PanAmericano anunciou fato relevante, no início da noite de ontem (9), no qual revela que recebeu aporte de R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para restabelecer o pleno "equilíbrio patrimonial" da instituição, ampliar a liquidez operacional e preservar o atual nível de capitalização.
A operação, de acordo com a notificação do banco, é integralmente garantida por bens do patrimônio empresarial do Grupo Sílvio Santos, controlador da instituição. O banco ressalta também que a operação se tornou necessária a partir do momento em que identificou "inconsistências contábeis" que não refletem a real situação patrimonial do PanAmericano.
O fato relevante destaca ainda que a decisão do grupo controlador do banco reflete o compromisso de preservar os interesses dos seus clientes, depositantes, fornecedores, colaboradores e acionistas. Razão porque o banco procurou o FGC, que é formado com parte dos recursos depositados na rede bancária, justamente com o objetivo de manter a estabilidade do sistema financeiro. (Agência Brasil)
Senado convida presidentes do BC e da Caixa para falar sobre PanAmericano
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou hoje (10) requerimento de convite ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e a presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, para que expliquem a crise no Banco PanAmericano, do grupo Sílvio Santos.
O Banco recebeu ontem (9) aporte de R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), para sanear suas contas e estabelecer equilíbrio patronal. Segundo nota divulgada pela instituição, a operação se tornou necessária depois da identificação de "inconsistências contábeis".
Os senadores querem saber se o processo é legal, já que a Caixa Econômica comprou 35% do banco em operação aprovada pelo Banco Central. "Queremos saber se a Caixa detectou dificuldades no banco e tornou-se sócia dele mesmo assim", disse o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), acrescentando que, com a compra, houve a valorização do banco em R$ 2,1 bilhões.
A audiência foi marcada para a próxima quarta-feira (17). O autor do requerimento é o senador Antônio Carlos Júnior (DEM-BA).
Segundo o BC, o FGC é uma entidade privada, sem fins lucrativos, que administra um mecanismo de proteção aos correntistas, poupadores e investidores. Ele permite recuperar os depósitos ou créditos mantidos em instituição financeira, em caso de falência ou de sua liquidação. São as instituições financeiras que contribuem com uma porcentagem dos depósitos para a manutenção do FGC. (Agência Brasil)