A rede varejista Magazine Luiza ingressou ontem com pedido de oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa. A abertura de capital da rede é uma das mais aguardadas pelo mercado e havia sido adiada por conta do agravamento da crise financeira, em 2008. A companhia pretende usar os recursos captados na oferta, ainda sem data definida, para investir em abertura e reforma de lojas e aquisições de empresas do setor de varejo e de comércio eletrônico, além de reforçar o capital de giro.
A operação inclui a venda de parte das ações que pertencem aos atuais sócios, entre eles o fundo Capital International, a fundadora da companhia, Luiza Trajano, e a atual presidente, Luiza Helena Trajano. A empresa listou como fatores de risco da operação para os investidores a competitividade do setor no Brasil, a sensibilidade das operações à redução do poder de compra por ciclos econômicos adversos e a exposição à inadimplência de clientes nos financiamentos e empréstimos.
Segundo o prospecto enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a companhia sofre a concorrência dos pequenos varejistas, que frequentemente podem se beneficiar de ineficiências do sistema de arrecadação de tributos, além das redes multinacionais de alimentos e mercadorias em geral, como hipermercados, que têm acesso a fontes de financiamento a custos menores. A rede destaca também que alguns concorrentes podem realizar investimentos em marketing substancialmente maiores.
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No ano passado, o Magazine Luiza lucrou R$ 68,8 milhões, revertendo prejuízo de R$ 92,7 milhões registrado em 2009. Na mesma comparação, a receita líquida subiu 43,5%, para R$ 4,808 bilhões, e a receita bruta avançou 37,8%, para R$ 5,692 bilhões. A empresa encerrou 2010 com 604 unidades, ante 455 de 2009 e 444 de 2008. Ao fim de 2010, o endividamento líquido era de R$ 446 milhões, menor que os R$ 503,4 milhões de 2009.