A Japan Airlines (JAL), a maior companhia aérea da Ásia, decidiu nesta terça-feira (19) entrar com um pedido de concordata. Todos os membros da direção da companhia também aprovaram um pedido de demissão coletivo.
O ministro dos Transportes do Japão, Seiji Maehara, deve anunciar formalmente as decisões em um pronunciamento ainda hoje. Uma organização financiada pelo Estado para recuperação de empresas também anunciou planos de injetar cerca de 300 bilhões de ienes (cerca de R$ 5,8 bilhões) na JAL.
As ações da JAL caíram para um recorde mínimo histórico, após perderem mais de 90% de seu valor desde o início do mês, deixando o valor total da companhia em cerca de R$ 265 milhões, menos do que o valor de um avião jumbo novo.
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A Bolsa de Valores de Tóquio anunciou que as transações com as ações da companhia deverão ser suspensas a partir do mês que vem. A JAL é uma das várias grandes companhias aéreas internacionais seriamente atingidas pela queda na demanda de passageiros em consequência da crise econômica mundial.
Voos normais
O governo do Japão diz que os voos da JAL continuarão normalmente após a companhia começar sua restruturação. A direção da JAL ainda não se pronunciou oficialmente.
Com dívidas de US$ 16,5 bilhões (cerca de R$ 29 bilhões), a companhia aérea deve se tornar uma das maiores empresas japonesas a pedir concordata.
Cerca de 15 mil empregados da companhia, ou um terço de sua força de trabalho, devem perder o emprego durante a restruturação, segundo o correspondente da BBC em Tóquio, Roland Buerk.
Segundo Buerk, com a restruturação a JAL deverá receber uma injeção de dinheiro público, mas muitos bancos credores da companhia terão que admitir perdas.
Apesar de a solução da concordata, apoiada pelo governo japonês, permitirá à empresa continuar operando, muitos investidores perderão seu dinheiro.