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Escassez

Mais de 30% das indústrias do Rio de Janeiro enfrentam falta d'água

Agência Brasil
21 jan 2015 às 20:11

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Pesquisa divulgada hoje (21) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) com 487 empresas do setor revela que 30,6% delas estão enfrentando problemas devido ao baixo nível nos reservatórios de água. Essas indústrias empregam 59.849 trabalhadores. O gerente-geral de Meio Ambiente da Firjan, Luis Augusto Azevedo, disse à Agência Brasil que o resultado reflete a indústria fluminense como um todo, integrada por mais de 20 mil companhias.

Não há ainda uma percepção generalizada de falta de água, disse Azevedo. Ele observou, porém, que algumas regiões, como a região da Bacia Hidrográfica do Médio Paraíba do Sul; a foz do Rio Paraíba do Sul, localizada no norte do estado; e a região final da Bacia do Rio Guandu, na zona oeste da capital, têm historicamente dificuldade de abastecimento nos períodos mais secos. "[Essas regiões] estão sofrendo bastante este ano. Por isso, a maioria das empresas situadas nessas regiões já está apontando aumento de custos e problemas de operação".

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Entre as empresas afetadas, 50,3% disseram que o principal efeito sentido foi o aumento do custo de produção. A pesquisa identificou que muitas companhias vêm tomando medidas para reduzir o consumo de água. Nesse sentido, o controle do consumo foi apontado por 57% dos entrevistados, enquanto o controle de perdas na rede de distribuição foi citado por 28,5% e o reuso de água, por 25,8%.

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Nos últimos dois anos, 56,7% das empresas adotaram medidas para reduzir o consumo de água no setor. Após a implementação dessas medidas, o resultado foi uma redução média do gasto de água de 25,6%. O gerente-geral de Meio Ambiente da Firjan disse que, em todo o estado, no período seco, as empresas são obrigadas a lidar com uma relativa redução do volume dos rios. "As empresas vêm se preparando há alguns anos para lidar com essa realidade".

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Azevedo destacou também o custo da água. "A água fornecida pela concessionária de abastecimento tem custo crescente". A isso se soma o custo de captação direta nos mananciais, pago ao estado ou à Agência Nacional de Águas (ANA). "A própria escassez, que é recorrente nos períodos secos, e o custo da água vêm fazendo com que as empresas busquem soluções para reduzir o consumo e o desperdício", disse.


Como especialista em meio ambiente, Azevedo não tem dúvidas que é fundamental a participação da população no esforço de reduzir o consumo de água. "É necessário que a população seja sensibilizada a economizar água, a buscar as suas formas de economia, a verificar vazamentos". Ele lembrou que há inúmeras cartilhas elaboradas por diversos órgãos públicos e privados com esse objetivo. "É cada vez mais fundamental que as pessoas participem. A gente tem também que implantar medidas de racionalização de água na agricultura. Enfim, todos os setores têm que buscar reduzir o seu consumo".


Na avaliação de Azevedo, a crise está caminhando para um agravamento, tendo em vista que as chuvas esperadas para o período de dezembro e janeiro não estão ocorrendo. "A gente tem que se preparar porque os próximos meses e anos vão ser difíceis com relação à disponibilidade de água".

De acordo com pesquisa anterior, divulgada em dezembro de 2014 pela Firjan, a água era apontada como o quinto item de infraestrutura mais importante para as indústrias. Ele foi citado por 27% dos entrevistados, à frente de portos (16%), ferrovias (14%) e aeroportos (6%).


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