O moinho Anaconda, um dos maiores do País, quer comprar trigo orgânico no Paraná. O objetivo é abrir novas fatias de mercado com produtos diferenciados. O interesse foi manifestado pelos diretores do moinho, Glenio Antonio Nogara Mario, de São Paulo, e Conrado Mariotti Neto, de Curitiba, que reuniram-se nesta terça-feira (20) com o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini.
O secretário aceitou a parceria proposta pelo grupo industrial e disse que a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento e a Emater vão se empenhar na organização dos agricultores para o plantio do trigo orgânico no Estado. A intenção é iniciar o plantio já na próxima safra 2010. Segundo Bianchini, esse plantio poderá ser feito em rotação de culturas com a soja orgânica, já plantada no Estado numa área aproximada de 4.400 hectares.
"Temos o máximo interesse em apoiar essa iniciativa do moinho Anaconda porque a produção orgânica é prioridade no Estado e o trigo orgânico tem um grande potencial de desenvolvimento no Paraná", disse Bianchini. Os diretores do moinho procuraram o Paraná porque o Estado é o maior produtor de trigo do País, responsável por mais de 50% da produção nacional, e desenvolve uma produção de qualidade, que é o maior interesse da indústria.
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
As condições em que vão se desenvolver essa parceria entre moinho e produtores ainda serão discutidas. Os diretores do moinho sinalizaram pagar um preço diferenciado e garantir a compra de toda produção.
Segundo Nogara, o moinho Anaconda já tem uma experiência para compra de trigo especial para produção da farinha de trigo integral, produto que está conquistando cada vez mais consumidores. Com os produtores paulistas, o moinho repassa as sementes, fornece assistência técnica e se compromete a pagar a produção.
A indústria paga o preço do trigo argentino FOB (colocado no porto) mais 10% em relação ao mercado. E ainda mais 0,5% que o grão de trigo apresentar PH - Peso Hectolitrico (um dos medidores de qualidade do grão) acima de 80. Na safra passada esse diferencial representou um valor 11% acima do preço de mercado. Neste ano, como o preço do produto argentino está em baixa, a indústria está pagando preço de mercado.
Segundo Bianchini, o Paraná tem uma área plantada com 230 hectares de trigo orgânico pulverizada entre os municípios de Capanema, Dois Vizinhos, São Pedro do Ivaí, Cascavel, Toledo e Pato Branco.