O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta segunda-feira (30) que o governo tem de criar condições macroeconômicas para que todos possam trabalhar, produzir e investir para que o país volte a crescer. As primeiras medidas tomadas pelo governo Michel Temer vão nessa direção, destacou o ministro na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Ele adiantou que outras medidas podem ser adotadas para aumentar a arrecadação e citou a venda de ativos, as concessões e privatizações.
Segundo o ministro, há muito trabalho a fazer, e a finalidade do governo é promover o crescimento econômico do país. De acordo com Meirelles, isso significa criar emprego, aumentar a renda e a produção das empresas e, principalmente, o número de empregos e a renda média da população brasileira. "Isso é o que deve nortear o trabalho de todos."
Ele ressaltou que as primeiras visam à correção do crescimento das despesas e da dívida pública. Meirelles disse que, de 1997 a 2015, o crescimento anual médio da despesa pública atingiu quase 6% ao ano acima da inflação, enquanto o gasto do governo federal subiu de 14% para 19% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e serviços produzidos no país. "A sociedade brasileira não tem como sustentar uma trajetória de gasto nessa direção", destacou o ministro, lembrando que o endividamento foi uma consequência.
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O ministro enfatizou que a economia entrou em uma espiral negativa, com aumento do desemprego, e que isso precisava ser enfrentado de forma imediata, inicialmente com a exposição da realidade à sociedade, o que ocorreu com a divulgação do "número realista do déficit primário", de R$ 170 bilhões, superior ao que fora informado anteriormente (R$ 96 bilhões).
O segundo passo é discutir com a sociedade, representada pelo Congresso Nacional, as medidas necessárias para ajustar esse processo, fazer a economia voltar a crescer e aumentar a confiança no país. "A vida é feita de previsibilidade ou horizonte de planejamento", disse Meirelles. Para ele, isso é importante não só para as famílias, mas para as empresas e o governo. "Quanto mais longo o horizonte de planejamento, melhor para a economia."