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Demanda crescente

Mercado aquecido para materiais de construção

Gisele Mendonça/Folha de Londrina
09 nov 2010 às 08:27

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A dificuldade de mão de obra especializada na construção civil contribuiu para queda nas vendas de materiais em setembro - Arquivo
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As vendas de material de construção no varejo recuaram 7% em outubro frente a setembro, de acordo com pesquisa da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), realizada em parceria com o Ibope Inteligência. No acumulado do ano, porém, as vendas no varejo mostram acréscimo de 9% e de 10%. A expectativa da Anamaco é fechar 2010 com um crescimento de 11% sobre 2009, quando o setor bateu recorde de faturamento histórico de R$ 45,04 bilhões.

No Estado, a expectativa para o final do ano também é positiva. Segundo Adriano Montanari, presidente das Associações dos Comerciantes de Material de Construção do Paraná (Fecomac) - que reúne mais de três mil lojas no Estado - apesar de outubro ter sido fraco, novembro já começou ''acelerado'' nas vendas. ''Com a entrada do décimo terceiro salário, esperamos que as vendas sigam num bom ritmo em dezembro e janeiro'', afirma.

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Entre os motivos da queda nas vendas em outubro, Montanari aponta as eleições - que deixam o consumidor um tanto inseguro quanto ao futuro da economia no País -, a greve dos bancários e a dificuldade de mão de obra especializada na construção civil. ''Acreditamos que foi uma soma de fatores'', diz. Ele lembra que no final de setembro as vendas já começaram a cair por causa das chuvas em determinadas regiões do Paraná.

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Montanari acredita que a vitória de Dilma Rousseff (PT) nas urnas pode transmitir ao consumidor, em especial o beneficiado pelo programa federal Minha Casa, Minha Vida, a ideia de continuidade na construção de sua casa. Quanto à desoneração do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) nos materiais - que por enquanto deve vigorar até 31 de dezembro -, o presidente da Fecomac aposta na prorrogação do prazo.

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''Como o custo dos projetos dentro do Minha Casa, Minha Vida já foi feito dentro desses patamares (com redução de IPI), acredito que o governo federal acabe prorrogando o prazo para garantir continuidade do programa'', espera.


Caso o prazo seja mantido, os produtos que tiveram benefício da desoneração - a cesta básica dos materiais de construção - devem ficar 8% mais caros a partir de 1º de janeiro.

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Em relação aos preços dos materiais em geral, Montanari informa que alguns itens ficaram mais baratos na comparação com o primeiro semestre. Um exemplo são os derivados do aço. ''Uma barra de ferro que custava entre R$ 21 e R$ 22 hoje está em torno de R$ 16 e R$ 17. Prego e arame também apresentaram queda. Já tijolo, que sempre sobe no inverno, já começou a recuar, com queda de 5% a 6% (em relação ao inverno)'', aponta. (Com informações da Agência Estado)



Falta mão de obra 'técnica' no balcão



Além da falta de mão de obra especializada nos canteiros de obras, também existe dificuldade para se contratar funcionários para as lojas de materiais de construção, principalmente balconistas. ''O nosso setor exige um balconista técnico, pois ele presta praticamente uma consultoria para o consumidor. Se as lojas não têm funcionários preparados, podem acabar perdendo vendas'', analisa Adriano Montanari, presidente da Fecomac.

Para formar profissionais na área, a entidade firmou parceria com a Fecomércio/Sesc-Senac, que está oferecendo cursos gratuitos para jovens de 18 a 20 anos, com faixa salarial reduzida, em várias cidades do Paraná. ''Só este ano já foram formados entre 250 a 300 alunos. E no ano que vem serão abertas novas turmas, inclusive para capacitar balconistas que já atuam no setor de material de construção'', afirma Montanari.


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