O consumo de energia elétrica no mercado cativo da Copel, formado por 3,65 milhões de ligações elétricas em 393 dos 399 municípios paranaenses, aumentou 8,2% no primeiro trimestre, comparativamente ao mesmo período do ano passado. O índice, considerado "bastante expressivo" pela diretoria da concessionária, revela que o ambiente de incertezas motivado pela crise econômica mundial iniciada no segundo semestre de 2008 já foi completamente revertido.
"A economia paranaense foi uma das menos afetadas no Brasil pelos efeitos dessa crise, mas ela provocou alguns reflexos, sim", interpreta Ronald Ravedutti, presidente da Copel. "No entanto, a elevação de 10% nos níveis de consumo de energia elétrica nas indústrias e no comércio no primeiro trimestre é uma enfática demonstração de que o Paraná voltou a crescer a plena força".
INVESTIMENTOS – Segundo o presidente, satisfazer essa crescente demanda por eletricidade vai exigir muito trabalho da Copel, mas ele assegura que a empresa está preparada. "Nossas projeções de mercado já estimavam que o aumento do consumo de eletricidade no Estado voltaria com rapidez a patamares semelhantes aos do período que antecedeu a crise econômica", diz Ravedutti. "O programa de investimentos da Copel para 2010, que é o maior em toda a sua história de 55 anos, prevê importantes reforços no sistema elétrico estadual".
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Neste ano, a concessionária deverá investir R$ 1,343 bilhão em obras para a expansão, modernização e melhoria dos seus sistemas elétrico e de telecomunicações. Expressiva parcela desses recursos será destinada ao setor de distribuição de energia, responsável pelo atendimento direto aos consumidores, que ganhará o reforço de novas subestações e linhas de alta tensão. "Até o fim do ano, colocaremos em operação uma nova subestação a cada mês, reforçando o sistema elétrico da Copel para que o Paraná continue a crescer", enfatiza Ravedutti.
Outro investimento de vulto, de R$ 323 milhões, contempla o prosseguimento das obras da Usina Mauá, no rio Tibagi, entre Ortigueira e Telêmaco Borba. A partir do próximo ano, a hidrelétrica começa a produzir, com seus 361 megawatts de potência instalada, energia suficiente ao atendimento de uma população de 1 milhão de pessoas.
CRESCIMENTO – Na avaliação do comportamento do seu mercado cativo ao final do primeiro trimestre de 2010, a Copel apurou que a maior variação relativa se deu no segmento industrial: as 67 mil indústrias atendidas diretamente e que, juntas, ficam com 31,8% de toda eletricidade distribuída pela estatal, aumentaram em 10,3% seu consumo de eletricidade, refletindo a recuperação das atividades econômicas e superando os impactos decorrentes da crise internacional de 2008.
Para reforçar essa interpretação, o desempenho do segmento comercial – que também inclui o setor de prestação de serviços – foi parecido, com crescimento de 9,8% sobre os níveis de consumo no primeiro trimestre de 2009. Segundo a avaliação dos técnicos da área de mercado da Copel, esse aumento é resultado das medidas do Governo Federal de combate à crise. A classe comercial concentra 300 mil ligações elétricas e representa 21,8% do consumo total do mercado cativo da Companhia.
Nas zonas rurais, o consumo de energia elétrica também cresceu consideravelmente, com variação de 8,5%. Além do reaquecimento da economia, outro fator que contribuiu para esse índice foi a expansão de quase 5% no número de ligações elétricas atendidas no campo – conseqüência da conclusão de inúmeras obras do programa Luz Para Todos. A Copel atende a 358 mil ligações elétricas no meio rural, que participam com 9,1% no seu mercado consumidor cativo.
No segmento residencial, o consumo de eletricidade cresceu 6% no comparativo entre o primeiro trimestre deste ano e o de 2009. Na interpretação da Copel, a variação pode ser explicada pela aquisição de novos eletrodomésticos e equipamentos eletrônicos pelas famílias – que, por sua vez, é conseqüência da conjugação de fatores como a expansão do mercado de trabalho, aumento do poder aquisitivo, queda nas taxas de juros, redução do IPI dos equipamentos da linha branca e facilidade de acesso ao crédito. A classe residencial é a mais numerosa no mercado cativo da Copel, com 2 milhões 881 mil lares ligados. Eles consomem 27,9% de toda eletricidade distribuída pela empresa.