A ascensão de uma nova classe média no Brasil vem ajudando a criar um boom no mercado de cosméticos no país, que já é o terceiro maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e do Japão, segundo relata reportagem publicada nesta quarta-feira pelo diário britânico Financial Times.
O jornal observa que apesar de o crescimento econômico brasileiro a partir de meados da década de 1990 ter sido errático, o mercado para o setor de produtos de beleza manteve um crescimento estável de cerca de 10% ao ano.
O artigo faz parte de uma série que o jornal vem publicando ao longo desta semana sobre os chamados países Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), considerados as novas potências emergentes que até 2035 superariam as economias do G7, o grupo das sete nações mais industrializadas do planeta.
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"O negócio da beleza está virando cabeças no Brasil", diz o título da reportagem, que relata o caso de um salão de beleza na favela Paraisópolis, em São Paulo, gerenciado por um ex-funcionário de um salão de luxo num shopping center da cidade e que afirma preferir o negócio na favela por ser mais rentável.
A reportagem comenta que, apesar de as condições de vida nas favelas ainda ser difícil, muitos de seus moradores vêm se tornando novos consumidores, com os 20 milhões de pessoas que deixaram a pobreza nos últimos seis anos.
Segundo o FT, a elevação das vendas no Brasil, em conjunção com a crise econômica nos Estados Unidos, fez com que as vendas da Avon no país se tornassem as maiores do mundo - ainda assim, com um volume de cerca de R$ 3 bilhões, bem abaixo dos R$ 4,9 bilhões de receita da líder do setor no país, a Natura.
A reportagem cita especialistas para comentar sobre algumas das possíveis explicações para a popularidade dos produtos de beleza no Brasil, entre elas a grande proporção da população em cidades com praia e o clima quente, que levaria muitas pessoas a tomarem dois ou mais banhos por dia, consequentemente aumentando o consumo de produtos como sabonete, xampus e condicionadores.