O diretor executivo da Organização Internacional do Café (OIC), Néstor Osorio, alertou, durante a 15ª edição do Encontro Nacional das Indústrias de Café (Encafé), de que os estoques mundiais de passagem não serão suficientes após os próximos 60 dias. "Os estoques de passagem estão perto de 20 milhões de sacas. Nunca estiveram em níveis tão baixos", afirmou Osorio, ressaltando que a próxima safra do Brasil, o maior produtor mundial de café, deve definir o mercado dessa commodity ao longo de 2008.
Segundo estudo da OIC, a demanda pelo grão cresce 1,7% anualmente, o que corresponde a um volume próximo a 2 milhões de sacas. Nesse contexto o Brasil aparece como um importante player do mercado, ao contribuir com cerca de 800 mil sacas. Após passarem por crises nas últimas safras, os cafeicultores assistiram em 2007 a uma recuperação do setor. O déficit de produção, com 114 milhões de sacas para um consumo mundial próximo de 122 milhões de sacas, elevou as exportações e garantiu ao produtor preços firmes ao longo deste ano. Definidas as safras da Colômbia (12 milhões de sacas) e do Vietnã (15,5 milhões de sacas), o mercado aguarda a divulgação da estimativa da próxima safra brasileira.
Apesar do déficit na produção, Osorio não recomenda o cultivo em novas áreas, mas sim uma busca pelo aumento da produtividade por meio da renovação das lavouras. O primeiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2008/09 de café do Brasil será divulgado dia 14 de dezembro. Na ocasião, também será divulgada a quarta e última estimativa à safra 2007/08. O diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), Guilherme Braga, porém, destacou o fato de que em 2007 as exportações devem ficar entre 27 e 28 milhões de sacas, e a Associação Brasileira das Indústrias de Café (Abic) está apontando um consumo interno de 16 milhões de sacas. (Informações do Diário do Comércio & Indústria)