A Mercedes Benz avalia que a adesão ao Plano de Proteção ao Emprego (PPE) é insuficiente para solucionar os problemas enfrentados devido à queda de produção da empresa e afirma ter dois mil trabalhadores em excesso em suas fábricas. A alternativa apontada pela companhia é uma proposta já recusada pelos trabalhadores, que reduzia o reajuste pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e congelava evolução salarial para 2016, segundo o sindicato dos metalúrgicos do ABC, que acusa a montadora de "intransigência".
Os dois dias de negociações se encerraram nesta terça-feira, 18, e a intenção do sindicato era que a Mercedes aderisse ao PPE para evitar demissões. O plano do governo federal estabelece em 30% a redução da jornada de trabalho e dos salários, sendo que o trabalhador recebe 15% de compensação da diferença de renda com recursos provenientes do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
A proposta levada aos trabalhadores por parte da montadora é de diminuição da jornada de trabalho em 20%, com redução salarial de 10%, além da reduzir os reajustes salariais pelo INPC e congelar a evolução salarial para o ano que vem. Segundo o sindicato, esta proposta já havia sido rejeitada por cerca de 70% dos trabalhadores da fábrica e a empresa não aceitou discutir outras alternativas.
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Ainda de acordo com o sindicato, a companhia sinalizou ainda que dará início a um processo de demissões do excedente ainda antes da próxima segunda-feira (24), quando trabalhadores que estão em licença remunerada retornam ao trabalho. "Se a empresa concretizar as demissões anunciadas vamos imediatamente iniciar um processo de luta", afirma Sérgio Nobre, diretor do sindicato dos metalúrgicos do ABC, em nota.