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PIB

Mesmo com crescimento fraco, economia global surpreende analistas em 2015

Agência Brasil
30 dez 2015 às 16:27

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- Reprodução/Pixabay
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O ano de 2015 não foi tão negativo para a economia global, embora o crescimento tenha sido fraco. Na maior parte das regiões, o desempenho econômico foi razoável e, em alguns casos, até surpreendente. A desaceleração do crescimento da China, no entanto, voltou a preocupar.

O país, cujo Produto Interno Bruto (PIB) aumentou 7,4% em 2014, teve a estimativa de crescimento revisada pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para índice abaixo de 7% neste ano.

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A desaceleração da economia chinesa trouxe, ao longo do ano, volatilidade aos mercados globais. Houve também, internamente, oscilações de humor do mercado financeiro, levando o Banco Popular da China, banco central, em agosto, a fazer uma intervenção com a desvalorização do yuan em relação ao dólar, em uma tentativa de estimular as exportações e a economia local.

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A situação do país fez ainda aumentar a queda no preço das matérias-primas (commodities). A medida teve forte impacto em países como o Brasil, fornecedor de produtos básicos para o mercado chinês, como minério de ferro e soja. Mesmo assim, em nível global, Luiz Alberto Machado, do Conselho Federal de Economia, afirma que 2015 não foi tão ruim assim.

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"Não foi um ano negativo. Na maior parte das regiões, o desempenho econômico ficou entre razoável e surpreendente. Quem não acompanhou foi a China, com desaceleração do crescimento. De qualquer forma, é bom lembrar que, mesmo assim, é um crescimento fabuloso", diz o economista.


Outra preocupação ao longo do ano foi com a economia dos Estados Unidos. O país passou a sinalizar que o pior da crise iniciada em 2008 tinha passado e gerou especulações sobre o descongelamento das taxas de juros, mantidas nos últimos sete anos em patamares até 0,25%.

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A mudança só ocorreu, agora, no fim deste ano, mas, enquanto a decisão não saiu, o mercado atravessou momentos de instabilidade à espera do ajuste. Isso ocorreu principalmente nos países emergentes. Com a alta dos juros americanos, os investidores passam a migrar seus recursos de países emergentes, como o Brasil, para os Estados Unidos.


"Os Estados Unidos tiveram uma recuperação que vem sendo mantida, embora contida. A perspectiva para o ano que vem é boa. Na América do Sul, tivemos países que foram igualmente bem, como o Peru, a Bolívia e a Colômbia. Foram mal na região a Argentina, a Venezuela e o Brasil", destaca Luiz Alberto Machado.

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Questionado se isso explicava a crise na economia brasileira, Machado afirma que apenas esse fator, não. "Não dá para culpar lá fora. Essa culpa não vai pegar. Alguma coisa teve. A China reduziu a importação de commodities. Sobre a taxa de juros americana, eles mantiveram [a taxa] o ano inteiro. Não teve maiores efeitos."


O economista informa que, para 2016, na perspectiva do FMI, o crescimento da economia global continuará. Machado diz que, na análise do fundo, o Brasil é um ponto fora da curva. Segundo ele, a instituição trabalha com a perspectiva de crescimento tanto na região asiática quanto nos Estados Unidos e até na Europa, que tem sido o elo fraco na cadeia.

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"O problema na Europa hoje é muito mais de ordem política do que econômica. A União Europeia está se mantendo com crescimento baixo, mas, como não há grandes pressões demográficas, a não ser pela questão das migrações, não precisa, no momento, um crescimento maior do que esse. Precisa de um crescimento positivo", ressalta Machado.


Nas projeções do FMI, o crescimento mundial previsto para 2015 está em 3,1%, ou seja, 0,3 ponto percentual a menos do que em 2014 e 0,2 ponto percentual abaixo da estimativa de julho.


Para 2016, o Fundo projeta crescimento global da economia de 3,6%. Para os Estados Unidos, o índice estimado é de 2,8% ante os 2,6% previstos para este ano. Na mesma comparação, os países da zona do euro subiriam de 1,5% para 1,6% e o Japão, de 0,6% para 1%.

Entre os países do Brics [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul], o Brasil passaria de -3% para -1%; a Rússia, de -3,8% para -0,6%; a Índia, de 7,3% para 7,5%; a China, de 6,8% para 6,3%; e a África do Sul, de 1,4% para 1,3%.


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