Metade dos brasileiros considera que a vinda de trabalhadores estrangeiros para o Brasil é negativa para o país. É o que mostra uma pesquisa do Ibope Inteligência em parceria com a Worldwide Independent Network of Market Research (WIN). Totalizam 39% os brasileiros que consideram a imigração positiva e 11% os que não sabem responder essa questão.
A opinião dos brasileiros é mais negativa do que a percepção mundial. Na média entre os 68.595 entrevistados em 69 países onde a pesquisa foi realizada, a população parece mais positiva: 57% acreditam que a imigração de trabalhadores é uma coisa boa para seus países, ao passo que para 32% é negativa. "É possível que os benefícios trazidos pelos italianos, portugueses, japoneses e alemães tenham se perdido no tempo, deixando apenas a percepção de concorrência no mercado de trabalho", diz Laure Castelnau, diretora de marketing do Ibope Inteligência.
As populações que mais apoiam a imigração de trabalhadores são as da China (81% são favoráveis), Etiópia (76%) e Paquistão (75%).
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Por outro lado, no ranking dos países que mais se opõem a imigração de trabalhadores estão Iraque (80%), Mongólia (78%) e Tailândia (78%).
Desenvolvidos, emergentes e subdesenvolvidos
A pesquisa divide as nações em três grupos: os países subdesenvolvidos são os que mais apoiam a imigração, os países emergentes são os mais contrários e os países desenvolvidos estão divididos: metade das populações apoiam e a outra metade é contra.
Dentre os 18 países subdesenvolvidos, nos quais a renda média anual é de menos de US$ 10 mil por pessoa, a maioria dos seus habitantes se opõe em apenas três países. Nos emergentes, com renda média anual entre US$ 10 mil e US$ 35 mil por pessoa, ocorre o contrário: apenas três são favoráveis e 31% são contra. E nos países desenvolvidos, com renda acima de US$ 35 mil anuais por habitante, há uma divisão: das 17 nações, nove são favoráveis e oito se opõe à imigração.
Américas
Chama a atenção que nos Estados Unidos e Canadá, países que recebem muitos imigrantes, há mais pessoas favoráveis aos trabalhadores de outros países do que em outros países da região. Isso também ocorre no México (51% são favoráveis) e no Peru (49%). Já nos demais, a maior parte da população é contrária: Equador (69%), Colômbia (64%), Panamá (53%), Brasil (50%) e Argentina (42%).
No Brasil, a pesquisa foi feita com 2.002 entrevistas em outubro de 2015. O estudo global ouviu 68.595 pessoas em 69 países, entre setembro e dezembro de 2015.