O ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Wellington Moreira Franco, considerou "lenta" a resposta da Gol para normalizar suas operações após o caos nos aeroportos registrado ontem. "O que me parece - e que eu já recomendei à ANAC - é que o tempo de recuperação da Gol tem sido muito lento", avaliou o ministro.
"Esse episódio se deu na quinta-feira, 5, na noite dos temporais, e na malha se reflete na sexta-feira, 6", acrescentou. Sábado, 7, o índice de atrasos e cancelamentos no País atingiu 29,6% dos voos, sendo que a Gol chegou a responder por 433 voos ou 75% dos cancelamentos e dos atrasos registrados no dia. Neste domingo, 8, o índice de atrasos da Gol deve ficar em 25%, de acordo com a sua assessoria de imprensa, mas a operação deve se normalizar apenas na manhã de segunda-feira, 9. "Eu acho um tempo excessivo", disse Moreira Franco.
Os problemas de atrasos e cancelamentos no sistema aéreo ocorreram, segundo o ministro, devido a fortes chuvas na região Sudeste, na quinta-feira, 5. "Isso desorganizou, teve um impacto sobre a rede toda", disse o ministro. "Eu tenho uma capacidade infinita de negociação, mas eu não consigo negociar com São Pedro. Se há um problema climático, temos que conviver com ele", justificou.
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A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e as empresas aéreas devem avaliar meios para que a recuperação do sistema devido a eventos causados pela natureza seja mais rápida, disse Moreira Franco. Ele afirmou ainda que medidas punitivas já foram dadas pela Anac, que vai autuar a Gol por falhas na prestação de assistência a passageiros com voos atrasados. A multa pode variar de R$ 4 mil a R$ 10 mil por infração; a Gol disse que responderá ao órgão. A TAM, por sua vez, será notificada pela agência e terá 10 dias para comprovar a prestação de assistência a passageiros.
"A recomendação (à Anac) foi estudar isso. Além das medidas punitivas, temos que estudar com elas (empresas) para encontrar as razões e buscar no universo tecnológico para que fatos como este não ocorram mais", afirmou o ministro. Ele argumentou que as transportadoras aéreas precisam ter um nível de eficiência compatível com a atual realidade brasileira.
"Hoje temos no Brasil um sistema aéreo que funciona como transporte coletivo. Não é mais, estamos caminhando para 200 milhões de passageiros por ano". Ele também disse que as concessões dos aeroportos deve contribuir para "melhorar a qualidade do serviço". "Não tenho a menor dúvida que com os novos aeroportos nós vamos diversificar as possibilidades para as companhias se organizarem".
Copa do Mundo
Apesar do caos vivido por passageiros neste final de semana, o ministro da SAC disse estar "confiante" que problemas não prejudicarão o sistema aéreo do País durante a Copa do Mundo de futebol, no ano que vem.
"Eu não consigo combinar com São Pedro, mas claro que estamos nos preparando e nos organizando". "Na Copa das Confederações não ocorreu nada e eu tenho confiança que não vai acontecer na Copa do Mundo".