Em entrevista coletiva concedida no final da manhã desta sexta (11), em São Paulo, o ministro da Fazenda Guido Mantega descartou que o governo vá manter a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) concedido a automóveis, construção civil e produtos de linha branca (eletrodomésticos).
Segundo Mantega, as medidas tomadas pelo governo para incentivar o consumo devem ser revogadas até o final deste ano, conforme já era previsto.
"As políticas de incentivo que foram feitas para estimular o investimento serão todas mantidas. As desonerações, que foram feitas para exportações, por exemplo, serão mantidas. As demais são datadas e nós vamos manter as datas que estão estabelecidas", afirmou o ministro.
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Segundo ele, os estímulos monetários, por sua vez, vão continuar. Ele citou como exemplos a redução das taxas de juros do Banco do Brasil e do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES).
"É claro que continuaremos com juros baixos, aumentando o crédito e estimulando investimentos com taxas bastante baixas e condições favoráveis", disse.
Mantega afirmou que o governo tem gasto, este ano, entre 1% e 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB, que é a soma das riquezas de um país) como esforço fiscal, entre ações de renúncia fiscal e aumento de gastos. Entre eles, além da redução do IPI, também estariam os investimentos previstos no programa Minha Casa, Minha Vida, que deverá receber cerca de R$ 6 bilhões do governo até o final do ano.
"Eram necessários fazer esses investimentos e esses gastos. Os resultados estão aí. Estamos colhendo os frutos desses resultados", afirmou.
Segundo o ministro, estes gastos do governo são menores que os de muitos outros países, tais como a China (13% de gastos do governo com o PIB) e os Estados Unidos (6,7%). "Os outros governos estão gastando muito mais do que estamos gastando para a recuperação das economias, sendo que o nosso resultado é melhor porque estamos gastando menos e tendo uma recuperação mais rápida".
Mantega elogiou o crescimento anunciado de 1,9 % do PIB em relação ao trimestre anterior. Segundo ele, a previsão é de que a economia brasileira cresça 1% ao fim de 2009. Para Mantega, já no terceiro trimestre, a expansão deverá ficar entre 2% e 3%, em comparação ao segundo trimestre, puxada, principalmente, pela recuperação da indústria.