O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luiz Carlos Guedes Pinto, reafirmou nesta sexta-feira (05) que os estoques de álcool estão em 5 bilhões de litros. Como o consumo mensal é de aproximadamente 1,1 bilhão de litros, ele estima que dá para chegar a meados de abril, quando se inicia a próxima safra, com mais de 500 mil litros.
"O estoque é bastante confortável, e não há justificativa para reajustes substanciais do preço do álcool", afirmou o ministro. A reação do ministro é uma resposta ao aumento de 25% nos preços do produto, nos últimos 15 dias, segundo as contas do Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo.
Guedes disse que, apesar do aumento, o preço praticado hoje ainda é menor que os preços registrados em janeiro do ano passado, e equivalem a 53% do custo da gasolina, na capital paulista, onde o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é o menor do país: 12%. Na maioria dos estados, nos quais o ICMS chega até 25% -- caso do Distrito Federal --, a equivalência sobe para cerca de 70%.
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Acima disso, "não se justifica", disse Guedes. Ele destacou, entretanto, que, como todo produto agrícola, o álcool tem safra e entressafra, o que explica, em parte, as variações de preços de acordo com as leis normais do mercado: de procura e oferta. Ele disse que além do aumento normal, no mês de dezembro, em torno de 10%, teve também o acréscimo de mais 3% por conta da crise no transporte aéreo.
Para que a situação não fuja ao controle, lembrou o ministro, a determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é no sentido de acompanhar a evolução dos preços atentamente. "Se, porventura, os preços extrapolarem nossas expectativas, faremos uma reunião da Comissão Interministerial Sucroalcooleira para revisão do índice de mistura, que atualmente é de 23%".
O ministro disse que não há razão, ainda, para uma revisão do percentual de álcool anidro na gasolina. Ressaltou, contudo, que "se os preços continuarem subindo e se for necessário, a decisão será no sentido oposto". Será, portanto, contrária aos interesses dos produtores, que querem aumentar o percentual de mistura para 25%.