O setor da construção civil se reuniu nos últimos dias com o ministro das Cidades, Bruno Araújo, que garantiu a continuidade das faixas 2 e 3 do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), de acordo com o vice-presidente de Habitação Popular do Sindicato da Construção de São Paulo (Sinduscon-SP), Ronaldo Cury. Já as operações que envolvem mais recursos do Orçamento federal, as faixas 1 e 1,5 da iniciativa, devem ser revisadas nos próximos 40 dias.
O ministro tem dito aos representantes do setor que é necessário conhecer o futuro orçamento da pasta para fazer os "ajustes necessários" no programa. A expectativa do mercado, afirmou Cury, é que ocorra um eventual aprimoramento da faixa 1,5 na direção de uma "solução de mercado".
O empresariado tem criticado alguns dos moldes do segmento, por causa do uso de um sistema de lista para a escolha dos compradores, o que dificulta a prospecção de clientes pelas empresas. "Defendemos uma solução de mercado, que não prejudique o futuro do FGTS nem o Orçamento do País", afirmou o executivo, ao comentar sobre a faixa 1,5.
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Contudo, reportagem do jornal O Estado de S. Paulo desta sexta-feira traz entrevista com o ministro na qual ele não se compromete com a meta de contratar dois milhões de moradias do MCMV até o fim de 2018. Essa era a meta da presidente afastada Dilma Rousseff.
Ao jornal, Araújo afirmou que a terceira etapa do programa está submetida a um processo de "aprimoramento". Ele estimou em 40 dias o tempo necessário para fazer um raio-X da principal vitrine do ministério e de outros programas nas áreas de mobilidade e saneamento. Durante esse período, novas contratações não serão feitas.
Frente à repercussão da entrevista, Araújo afirmou, em nota publicada nesta sexta, que tem compromisso com a continuidade do programa Minha Casa Minha Vida, mas que está sendo "cauteloso" para avaliar a meta que o governo do presidente em exercício Michel Temer estipulará na terceira fase do programa.
"Estamos em um momento de transição, em hipótese alguma neste momento falaríamos em uma suspensão do programa Minha Casa, Minha Vida. O que estamos fazendo é sendo cautelosos, avaliando o que nos permite prometer para que não possam ocorrer falsas esperanças. Iremos trabalhar arduamente para que possamos fazer o melhor para a população brasileira", disse o ministro.