O diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima, disse nesta segunda-feira, 9, que o governo definirá em uma ou duas semanas se vai reduzir o porcentual de álcool misturado na gasolina, hoje de 25%, para outro porcentual que será, no mínimo, de 20%. Ainda segundo Lima, a agência iniciará em breve uma campanha nos sete Estados nos quais o álcool está com preço acima da gasolina, para que os consumidores prefiram a gasolina enquanto o consumo de álcool prosseguir com custo mais elevado.
Segundo ele, estudos já realizados anteriormente no País mostram que a formação de estoques reguladores de álcool, por exemplo, teria um custo muito elevado. Lima disse que os produtores de álcool apontam o prejuízo sofrido com o excesso de chuvas para justificar a elevação de preços e afirmam que "em pouco tempo" o preço do produto deve recuar.
O preço do etanol nas bombas de combustível disparou em outubro e atingiu o maior nível desde 2006 no Estado de São Paulo - o maior produtor de açúcar e álcool do País. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o litro do etanol teve alta média de 14% no mês passado, de R$ 1,306 para R$ 1,501. Outro motivo para a alta é o aumento da produção de açúcar, cujo preço no mercado mundial está mais alto.
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Desde o início da escalada dos preços do álcool, em junho, o produto já ficou 28% mais caro. Os reajustes, no entanto, não devem parar aí. Nos postos da capital, novos aumentos estão sendo preparados para os próximos dias, conforme verificou a reportagem do Estado em estabelecimentos das regiões norte e oeste.
Mas, antes mesmo desses aumentos chegarem, já há casos em que o etanol perdeu a vantagem financeira em relação à gasolina - abastecer o automóvel com álcool deixa de ser vantajoso quando o preço custar mais de 70% do litro da gasolina. Em alguns postos, essa relação varia entre 71% e 73%. O problema é que, em vários outros casos, o preço do etanol está no limite, entre 62% e 69% do preço da gasolina, segundo a ANP.