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Moody's dá 6 meses para País evitar perda de grau de investimento, diz ex-presidente do BC

Agência Estado
11 ago 2015 às 21:45

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O ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola afirmou nesta terça-feira (11) que, apesar do já esperado rebaixamento do rating do Brasil, especialmente devido à redução da meta de superávit primário para este ano e os próximos anos, a perspectiva estável da nota soberana "dá mais ou menos seis meses" para o País evitar a perda do grau de investimento perante esta agência internacional.

"Hoje a probabilidade está dividida em 50% para que o governo consiga manter ou não evitar a perda do grau de investimento no ano que vem", disse Loyola.

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"Se melhorar a ação do Poder Executivo junto ao Legislativo, com a aprovação de medidas para reforçar as contas públicas, junto com o cenário mais favorável de crescimento do PIB, isso será mito importante para um desfecho favorável", disse ele.

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Na avaliação de Loyola, os mercados devem ter uma pequena repercussão nesta quarta-feira, 12, em relação à decisão da Moody's. "Pode ocorrer alguma volatilidade em dólar ou em bolsa, mas logo passará, pois ativos financeiros já vinham precificando a redução da nota soberana do Brasil", afirmou.

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Perigo


Na visão do economista-sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano, a decisão da Moody's de rebaixar o rating do Brasil para Baa3, último nível do grau de investimento, e atribuir uma perspectiva estável para a nota, é positiva, mas isso não significa que o Brasil está fora de perigo.

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"A notícia é relativamente positiva, dadas as expectativas que se criaram. O rebaixamento já era antecipado em função da deterioração recente do quadro econômico. A perspectiva estável significa que há pouca chance de alteração da nota no curto prazo", comenta. Ele aponta que a Moody's já incorpora uma trajetória negativa para a relação dívida/PIB até o fim do atual mandato da presidente Dilma Rousseff.


Mesmo assim, a perspectiva estável não significa que não há riscos para o rating brasileiro. Para Serrano, é preciso avançar com medidas estruturantes e também para atenuar a crise política. A recente reaproximação entre o governo e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), é um passo nesse caminho, segundo o economista. "É preciso reduzir o nível de incertezas na economia e aumentar a capacidade de crescimento. Precisamos quebrar o ciclo de confiança muito baixo que se instalou entre os agentes econômicos", aponta.

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Serrano afirma que a precificação, na estrutura a termo da curva de juros, de uma alta de 0,25 ponto porcentual na Selic, que estava em torno de 50%, deve diminuir. Já o dólar poderia recuar para algo perto de R$ 3,40, mas a crise política interfere. "Eu esperaria alguma correção no câmbio, mas o cenário político é bastante incerto e parte disso continua nos preços dos ativos."


O economista do Besi aponta ainda que, com o rebaixamento, a Moody's se alinhou com a nota da Standard & Poor's e o mesmo deve ocorrer com a Fitch, que agora é a única cuja nota ainda está dois graus acima do nível especulativo.

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Sobrevida


A decisão da agência de classificação de risco Moody's de rebaixar a nota de crédito do Brasil para Baa3, de Baa2, já era esperada pelo economista-chefe da Saga Capital, Marcelo Castello Branco. Segundo ele, o anúncio dá "sobrevida" para que o País continue com as políticas de ajuste que estão sendo implementadas. No entanto, acredita que a perda do grau de investimento é "inexorável".

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Segundo Castello Branco, a relevância da notícia é que o anúncio da Moody's de ter revisado a perspectiva para "estável", de "negativa", dá tempo para que, se houver perda do rating, ele aconteça mais à frente. "Como a perspectiva foi revisada para estável, entre seis e 12 meses pode ter um corte", analisou.


Na visão do economista, a decisão causou piora nos mercados, em um primeiro momento. Na sequência, disse, como a perspectiva foi alterada para "estável", os mercados parecem ter dado mais importância a essa informação. "Deram mais relevância ao fato de o 'outlook' ter ficado estável do que para o rebaixamento", disse.

Se a agência tivesse anunciado a perda de investimento do Brasil, Castello Branco disse que o prêmio de risco e o dólar ficariam ainda mais pressionados, tornando ainda mais difícil a promessa do governo de cumprir as metas fiscal e para a inflação. "Neste sentido, dá uma sobrevida. Dá algum alento ao câmbio", estimou.


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