A Promotoria de Defesa do Consumidor de Londrina pediu auxílio ao Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para investigar os preços praticados pelos postos de combustíveis na cidade. Em entrevista coletiva concedida na manhã desta quarta-feira (16), o promotor Miguel Sogaiar afirmou que o preço repassado pelos postos ao consumidor é bem maior se comparado ao valor cobrado dos estabelecimentos pelas distribuidoras. "Isso nos leva a crer que o consumidor londrinense está em desvantagem excessiva", destacou. Já quando questionado sobre a possibilidade da existência de um cartel entre os postos na cidade, o promotor optou pela cautela: "É cedo para se falar em cartel, apesar de todos os indícios encontrados. Pedimos para que o Gaeco instaure um inquérito policial justamente para apurarmos se esse alinhamento de preços foi ou não combinado".
Ainda conforme Sogaiar, o preço praticado pelos postos de combustíveis de Londrina é um dos "maiores do país" e varia muito pouco entre um local e outro. "Os valores não são condizentes com os cobrados pelos estabelecimentos da maioria das cidades do estado", citou.
O Ministério Público (MP) já ouviu alguns donos de postos, mas o promotor não quis revelar detalhes dos depoimentos. Ele contou, ainda, que muitos dos empresários podem responder por crime contra a ordem econômica, caso seja confirmado que o consumidor está sendo lesado.
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O MP também vai repassar os indícios de prática criminosa ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão responsável por condenar onze postos e dez empresários em Londrina, no ano de 2013, por conta dos preços abusivos. Na época, os estabelecimentos irregulares também foram multados em R$ 9 milhões.