A economia global precisa criar 440 milhões de empregos nos próximos dez anos para aqueles que irão ingressar pela primeira vez no mercado de trabalho, disse ontem Juan Somavia, diretor-geral do Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Escritório Internacional do Trabalho e do Comitê Financeiro e Monetário Internacional. ''O mundo está se deparando com deficit de emprego global, que está atrapalhando a recuperação dos países e gerando tensões sociais'', disse o diretor, em pronunciamento no Fundo Monetário Internacional (FMI).
Segundo ele, a crise aumentou muito o número de desempregados, para os maiores níveis globais de todos os tempos, de 30 milhões de pessoas em 2007 para algo ao redor de 220 milhões, atualmente. ''É apenas a ponta do iceberg no mercado de trabalho'', afirmou. ''Houve uma interrupção no longo declínio do número de pessoas em extrema pobreza por causa da recessão e o Banco Mundial estima que mais 76 milhões de pessoas estão sobrevivendo com menos que os US$ 2 por dia, em comparação às estimativas do período pré-crise'', disse.
Somavia acrescentou que é preciso adotar políticas de incentivo às contratações e que, no curto prazo, a consolidação fiscal em vários países irá enfraquecer a retomada global antes que o consumo nos lares e investimentos nos negócios consigam se recuperar o suficiente para ingressar numa tendência de crescimento.