O consumidor brasileiro está disposto a gastar mais com presentes no Natal deste ano. A disposição do consumidor para os gastos supera a marca do Natal de 2008, período em que o país estava sob o efeito da crise financeira internacional, e se aproxima do recorde registrado em 2007, revela a edição de novembro da Sondagem de Expectativas do Consumidor, produzida pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Segundo a economista Viviane Bittencourt, da FGV, a recuperação do mercado de trabalho, com aumento da renda do assalariado, responde por grande parcela da disposição do consumidor de mais gastos neste Natal.
Na comparação com os anos anteriores, o indicador de 79,8 pontos deste ano supera os de 2006 e 2008, sendo inferior apenas ao recorde de 89,2 pontos registrado em 2007. Em comparação à do ano passado, a parcela dos que pretendem gastar mais aumentou de 9,3% para 14% do total, e a dos que projetam gastar menos diminuiu de 44,8% para 34,2%.
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A economista salienta que a sondagem mostra que houve uma antecipação de compras ao longo do ano em decorrência da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para diferentes produtos, como eletrodomésticos, móveis, material de construção, entre outros. Segundo ela, os consumidores aproveitaram os preços estáveis dos bens duráveis.
Isso explica, observa Viviane, a diferença na disposição para compras de Natal entre as classes de renda. A expectativa para gastos nesta época do ano aumenta levemente no caso dos consumidores de baixa poder aquisitivo.
Para as famílias com renda mensal de até R$ 2,1 mil, o indicador de compras passou de 59,8 pontos, em novembro do ano passado, para 61,3 pontos, em igual período de 2009. O resultado ainda é inferior ao do biênio 2006-2007, quando o indicador superou os 70 pontos. A proporção de consumidores desse grupo que pretendem gastar mais diminuiu de 11,5% para 9,5%. A dos que pretendem gastar menos caiu de 51,2% para 48,2% do total.
O preço médio do presente que o consumidor brasileiro pretende comprar, nas sete capitais pesquisadas, manteve-se estável. Os consumidores das classes de renda familiar mensal de até R$ 4,8 mil projetam um preço, em média, 2,0% inferior ao do ano passado, enquanto na classe mais alta, o preço médio estimado é 3,9% superior ao de 2008. O presente mais lembrado nessa data são os itens de vestuário e calçados.