Apesar da alta dos juros registrada em outubro, a tendência é que no Natal os consumidores paguem as menores taxas da série histórica do Banco Central (BC), iniciada em 1994. A afirmação é do chefe adjunto do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel. De acordo com Maciel, a alta dos juros observada em outubro deveu-se ao aumento do custo de captação dos bancos.
Mas, segundo ele, com a expectativa de redução da inadimplência e por consequência do spread (diferença entre o que o banco paga aos investidores, a taxa de captação, e o que cobra dos clientes na hora do empréstimo), a previsão é de redução das taxas de juros cobradas das pessoas físicas.
Nos dados preliminares deste mês, até o dia 13, a taxa de juros geral caiu 0,6 ponto percentual em relação a outubro e ficou em 35% ao ano. No caso das pessoas físicas, segundo Maciel, a taxa apresentou redução de 0,8 ponto percentual, passando para 43,4% ao ano. Para as pessoas jurídicas (empresas), o recuo foi de 0,3 ponto percentual, fechando em 26,1% ao ano.
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
Maciel afirmou que o aumento dos juros registrado no mês de outubro é "apenas um ponto fora da curva". "Essa alta do mês é pontual, esporádica", disse.
Mesmo com a expectativa de redução nos juros neste mês e em dezembro, Maciel disse que os consumidores devem sempre ter cautela na hora de se endividarem, mas enfatizou que a decisão de pegar ou não um empréstimo é pessoal.
Os dados preliminares também revelam que o spread geral apresentou redução de 0,7 ponto percentual, e estão em 25,3 pontos. No caso do spread das pessoas físicas, que em outubro chegou a 33,5 pontos, diminuiu 0,9 ponto percentual nos dados preliminares de novembro. As empresas, que tiveram spread de 17,7 pontos em outubro, ficaram com redução de 0,5 ponto percentual.
O volume de crédito cresceu 1,5% em novembro, até o dia 13, na comparação com o mesmo período de outubro. As concessões diárias de crédito no mesmo período de comparação tiveram alta de 4,4%. Para as pessoas físicas, a baixa foi de 0,5% e para as empresas, o aumento foi de 7,7%.