A Nextel espera ansiosa a licitação da licença de terceira geração da telefonia celular (3G), na chamada banda H, e garante que vai entrar na disputa com apetite de vitorioso. "A gente vai entrar para ganhar, queremos uma licença nacional", afirmou o vice-presidente da Nextel, Alfredo Ferrari, em entrevista à Agência Estado. Ele não acredita que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vá atender ao pedido das grandes operadoras, que já têm licença de 3G, e permitir a participação delas no leilão.
"As regras são de 2006. Todo mundo que entrou na licitação já sabia disso. Essas regras não podem ser modificadas de uma hora para outra", afirmou. No primeiro leilão de 3G, em 2007, a Anatel colocou à venda quatro licenças nacionais e ficou acertado, desde então, que a agência faria o leilão de mais uma licença nacional - a da banda H -, seguindo as mesmas regras, que proíbem às operadoras ter mais de uma licença em uma mesma área de cobertura.
Naquela época, a Nextel, que tem hoje licença de Serviço Móvel Especializado (rádio-chamada), participou do leilão de 3G, foi protagonista em uma série de disputas, mas acabou perdendo. Por isso, é considerada agora uma concorrente certa no leilão da banda H. A Anatel lançou para consulta pública, no ano passado, a proposta de edital, mas ainda não votou o texto final. O segundo turno de votação é a fase em que a Anatel pode modificar o texto, acolhendo manifestações feitas na consulta pública. A previsão inicial era de que o leilão fosse realizado no próximo mês, mas é provável que fique para o segundo semestre.
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Pela regra proposta pela agência reguladora, as atuais operadoras de 3G (Vivo, Claro, TIM e Oi) só podem adquirir a licença se não aparecer nenhum interessado. O maior interesse por essa frequência é a possibilidade de oferecer serviços de banda larga móvel. Além de ampliar a capacidade de oferta, as atuais operadoras querem a banda H para evitar a entrada de um quinto concorrente. "Vamos ser um player diferenciado, em termos de inovação e de qualidade", afirma Ferrari.
Ele defende a ideia de que a Anatel deva manter metas de cobertura para esta nova licença, como fez no primeiro leilão, "para evitar que qualquer aventureiro" entre na disputa. Ferrari diz ainda que, se a empresa vencer o leilão da banda H, vai colaborar com a massificação dos serviços de internet rápida no País e com o Plano Nacional de Banda Larga.
O vice-presidente da Nextel acha que não estará sozinho no leilão e que, por isso, a empresa está preparada para disputar a licença. "A gente só vai saber na hora de entregar os envelopes", disse sobre o momento em que as empresas interessadas em participar do leilão apresentam à Anatel suas propostas de preço, em envelopes lacrados.
"Não vamos subestimar o mercado. O Brasil tem muito espaço para crescer e achar que só a Nextel vai participar seria muita inocência", afirmou Ferrari, sem citar nomes de possíveis concorrentes. O mercado já cogitou a participação da GVT - que já negou a possibilidade -, da empresa japonesa NTT DoCoMo e da companhia francesa Orange.