Das dez cidades que terão maior crescimento econômico até 2025, nove estão na China, segundo estudo da consultoria McKinsey Global Institute. A pesquisa avaliou o peso econômico atual e futuro das cidades ao redor do mundo.
"A força econômica está, de fato, se transferindo para o sul e, de forma mais decisiva, para o leste em um processo que está sendo puxado pela China", disse à BBC Brasil Richard Dobbs, diretor do McKinsey Global.
O estudo projeta o percentual de crescimento esperado para o período até 2025 e elabora um ranking que é liderado por Xangai e Pequim, seguidas por Nova York, em terceiro lugar.
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Do quarto ao décimo lugar, todas as cidades são chinesas: Tianjin, Chongqing, Shenzen, Guangzhou, Nanjing, Hangzhou e Chengdu. São Paulo aparece em 19º.
Crescimento consolidado
A pesquisa não prevê apenas o percentual de expansão. Olha para frente e lista quais devem ser as cidades com maiores economias em 2025.
A composição desse grupo deve mudar radicalmente, segundo o instituto. Cidades do chamado mundo desenvolvido cairão do ranking para dar lugar a 136 debutantes.
Entre esses 136 "novos ricos", 100 estão na China. Outros 13 virão da Índia, e oito da América Latina.
Com o sobe-desce do ranking, a China passará a ter 151 cidades na lista das 600. O Brasil terá um avanço mais modesto, de 17 para 18 cidades, com a inclusão da Grande São Luís.
Apesar do avanço chinês no ranking das 600 mais ricas, o topo da lista ainda é dominado por cidades do atual mundo desenvolvido. Nova York fica em primeiro lugar, seguida de Tóquio, Xangai, Londres, Pequim, Los Angeles, Paris, Chicago, região metropolitana do Reno-Ruhr, Shenzen e Tianjin.
O ranking de PIB per capita conta uma história diferente. Das 25 cidades com maior PIB per capita destacadas no relatório, apenas uma ficará na China: Macau, atrás de Oslo, Doha e Bergen, as primeiras da lista.
Da fome ao trabalho temporário
Alheio aos números, o imigrante rural Tian Haikuan, de 53 anos, da província de Hebei, trabalha como pintor de paredes em um novo conjunto de escritórios em construção na cidade.
"Não estou sabendo que Tianjin está crescendo tanto não", dsse Tian à BBC Brasil, em frente à estação central da cidade.
"Mas sei que nosso país está passando por mudanças muito grandes e tenho total confiança nos nossos líderes. Eles sabem o que é melhor para o povo chinês. Hoje como arroz ou a comida que quiser a qualquer hora. Para quem já passou fome como eu, isso é o que importa."
Visita oficial
A estratégia chinesa por trás do crescimento de algumas dessas cidades será observado pela delegação brasileira que desembarca na China nesta segunda-feira. A presidente brasileira, Dilma Rousseff, deve assinar uma série de acordos em diferentes áreas com a China .
A presidente chega com o desafio de incentivar a diversificação da pauta de exportações brasileiras e buscar novos investimentos do país asiático.
Em 2009, a China se tornou o principal parceiro comercial do Brasil, um dos poucos países que tem superávit com a China. Em 2010, se tornou o principal investidor estrangeiro.
As características da relação bilateral, no entanto, deixam, na opinião de muitos setores no Brasil, o país em desvantagem. Cerca de 95% das exportações brasileiras para a China são de matérias-primas. A via contrária, da China para o Brasil, é dominada quase em sua totalidade por produtos industrializados.
Na área de investimentos, segundo o Centro de Estudos Brasileiros da Academia Chinesa de Ciências Sociais, 85% estão nos ramos de mineração e petróleo.