As operações para tentar conter os estragos causados pelo vazamento de petróleo no Golfo do México estão custando cerca de US$ 33 milhões por dia à empresa britânica British Petroleum (BP), segundo informou a companhia nesta quinta-feira.
Os custos, de acordo com a empresa - responsável pela plataforma que explodiu no local no final do mês passado-, são cinco vezes maiores que os estimados originalmente para conter o desastre.
Até o momento, a companhia informou já ter gasto US$ 440 milhões e os custos das operações podem chegar a US$ 20 bilhões, segundo algumas estimativas.
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Os gastos totais do desastre, no entanto, podem ser ainda maiores, já que os cálculos não incluem despesas com indenizações ou multas.
"Apesar de os gastos serem grandes, a BP pode arcar com eles", diz o analista de economia da BBC Robert Peston.
Peston afirma que os US$ 33 milhões gastos diariamente pela empresa britânica com as operações no Golfo do México "representam 13% dos lucros diários da BP no ano passado".
Operação
Parte do alto custo da operação é explicada por sua escala. Mais de 13 mil pessoas estão envolvidas, além de 530 embarcações. Foram realizados mais de 120 voos para o lançamento de dispersantes.
A petroleira britânica esperava depositar nesta quinta-feira uma peça parecida com um funil de 92 toneladas por cima do vazamento para contê-lo, mas a operação foi adiada por mais alguns dias por dificuldades técnicas.
A primeira tentativa de depositar a peça, no domingo, falhou porque se formaram cristais parecidos com gelo em seu interior.
O funil encontra-se no fundo do mar, ao lado do poço danificado, a cerca de 1,5 km de profundidade. O poço continua lançando 5 mil barris de petróleo por dia no mar.
Correspondentes dizem que não há garantias de que o funil conseguirá conter o vazamento.
A outra alternativa cogitada, a perfuração de um outro poço paralelo para conter o escoamento de petróleo, não ficaria pronta em menos de três meses.
Ambientalistas dizem temer que ocorra na região um desastre ambiental sem precedentes.
Onze funcionários da BP morreram quando uma plataforma de perfuração explodiu e afundou no Golfo do México no dia 20 de abril.