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País crescerá muito pouco este ano, mas 2016 será bem melhor, prevê Mark Mobius

Agência Estado
09 fev 2015 às 14:28

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O executivo-chefe da Templeton Emerging Markets, Mark Mobius, afirmou nesta segunda-feira, 9, que o Brasil deve crescer muito pouco este ano, algo em torno de 0,3%, mas se mostrou bastante otimista em relação aos prospectos para o País no médio prazo. "Não me surpreenderia se visse o Brasil crescendo 3%, 4% em 2016", comentou durante evento com jornalistas na sede da gestora em São Paulo.

Segundo ele, se as políticas adequadas forem implementadas, a confiança dos investidores vai melhorar e o crescimento da economia brasileira ainda receberia um impulso no próximo ano da recuperação nos preços das commodities.

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O gestor afirmou que o Brasil tem muito potencial, contando com abundantes recursos naturais e uma grande necessidade de projetos em infraestrutura. Mesmo assim, ele alertou que País precisa liberalizar regras para investimento estrangeiro, acelerar privatizações e reduzir a burocracia.

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"Se eu fosse presidente do Brasil, a primeira coisa que eu faria era acabar com os cartórios. Crescimento vem da produtividade e se você espera uma hora na fila de um cartório, você está perdendo dinheiro", comentou.

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Ele se mostrou otimista com a nova equipe econômica, afirmando que a presidente Dilma Rousseff parece ter percebido que suas políticas anteriores estavam equivocadas. Mobius salientou, no entanto, que quando o governo fala em ajuste fiscal está indicando principalmente um aumento de impostos, não cortes de gastos, e isso afasta os investidores.


Mobius disse acreditar que ainda há espaço para o dólar subir um pouco em relação ao real, com a taxa de câmbio com base na paridade do poder de compra indicando um nível de equilíbrio perto de R$ 2,90. Mesmo assim, ele disse que a lógica de que quando o dólar sobe é ruim para os investimentos em renda variável nem sempre é verdadeira.

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Petrobras


Mobius também disse que o novo presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, não tem um histórico exemplar para comandar a petroleira, mas é bom no relacionamento com o governo, o que lhe será útil no novo cargo. Segundo ele, a primeira coisa que Bendine deveria fazer é ser totalmente transparente, falar sobre qual é a situação da companhia e as quais são as principais dificuldades da estatal.

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Mobius também comentou que Bendine deveria estabelecer um plano para que a Petrobras pague seus fornecedores. Ele estava se referindo ao caso da Sete Brasil, na qual a estatal é acionista, e que estaria inadimplente com a companhia de Cingapura SembCorp.


Mobius afirmou ainda que a Petrobras deveria começar a estudar seriamente a venda de ativos, mesmo em meio à queda nos preços do petróleo, que poderia levar a empresa a não conseguir os valores que consideraria adequados nas transações.

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Corrupção


O executivo-chefe da Templeton disse, ainda, que não se surpreendeu com as recentes denúncias de corrupção da Petrobras, já que esse tipo de coisa ocorre com outras empresas e em quase todos os países. Segundo ele, a única coisa que causou espanto foram os "volumes muito grandes" de recursos que teriam sido desviados.

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O gestor, que administra um fundo de US$ 40 bilhões em ativos emergentes na Franklin Templeton, disse que reduziu um pouco sua exposição a Petrobras nos últimos meses, mas isso se deveu mais a uma queda no valor dos papéis do que à venda propriamente dita das ações em carteira.


De uma forma geral, Mobius se mostrou otimista com o mercado acionário brasileiro, já que alguns papéis estão baratos e podem cair ainda mais. Ele vê oportunidades principalmente nos setores de mineração e petróleo, apesar de os bancos brasileiros estarem no topo no ranking de participação na sua carteira.

Mobius comentou que os atuais escândalos na Petrobras podem ser positivos, porque vão levar a uma melhora na gestão da companhia. Ele também disse que chega a "torcer" para um rebaixamento no rating da petroleira para o grau especulativo, porque isso deixaria as ações ainda mais baratas e abriria oportunidades.


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