O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, reiterou que o Brasil tem estado atento ao risco de formação de bolhas na economia. Ele, que participou de evento fechado à imprensa sobre economia na Câmara Americana de Comércio (Amcham), afirmou que uma das conclusões mais importantes tirada da última crise é que a primeira linha de defesa contra a formação de bolhas são as normas prudenciais, quesito em que o Brasil tem um histórico que vem desde a década de 90. Neste período, o Brasil mantém o histórico de estar com regras prudenciais não só bastante sólidas, mas que foram fortalecidas no decorrer do processo. Estabelecendo uma comparação, Meirelles lembrou que os Estados Unidos mantiveram uma taxa de juros muito baixa durante um período prolongado, mas tinham, ao mesmo tempo, regras prudenciais excessivamente liberais.
"Aqui, algumas regras têm sido tomadas recentemente, mas desde 2007 estabelecemos alocação de capital mais fortes e mais rigorosas para qualquer risco de expansão da moeda", disse o presidente do BC. Ele disse ainda que o BC continua tomando medidas no sentido de não permitir a formação de uma das mais perigosas bolhas, que é a bolha impulsionada pelo aumento excessivo de crédito. "Estamos atentos a isso", disse.
Meirelles reiterou ainda a existência de outras regras "que chamamos de regras macro prudenciais, que são aquelas que tem em vista as regras sistêmicas ou regras que não necessariamente afetam só o sistema, mas como o País como um todo". Ele citou o aumento das reservas como um exemplo de medida prudencial, que absorve o excesso de liquidez externa , mas que deixa alguma liquidez no País para enfrentar qualquer reversão da saída de moedas. Essa, de acordo com Meirelles, são as chamadas operações de esterilização da liquidez que o BC faz através das compromissadas, rigorosamente. "São todos um conjunto de medidas que o BC faz para evitar formação de bolhas.
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Agora, é importante aceitar que se há política monetária expansionista como é o caso americano, gera-se uma liquidez excessiva que pode formar bolhas", ponderou. No caso do Brasil, disse o presidente do BC, bolhas só poderiam ser criadas por excesso de liquidez externa. "Por isso, estamos esterilizando a liquidez colocando regras prudenciais que impedem a formação de bolhas no Brasil", decretou o presidente do BC.