O número de proprietários de micro e pequenas empresas no Brasil aumentou em 2,7 milhões de 2000 para 2009. O total de empreendedores chegou a 22,9 milhões, o que representa 22,7% da população economicamente ativa do País. Deste total, quase 19 milhões são profissionais autônomos que conduzem o próprio negócio e 3,9 milhões são empresários que empregam trabalhadores. Os dados constam no Anuário do Trabalho da Micro e Pequena Empresa, divulgado hoje na capital paulista pelo Sebrae.
De acordo com o presidente da entidade, Luiz Barretto, a estabilização da economia nacional na última década criou oportunidades para abertura de negócios, situação diferente da verificada em períodos anteriores, quando a necessidade do trabalhador motivava a criação de uma empresa. "O empreendimento motivado por oportunidade tem característica de maior formalização e longevidade, diferente do negócio aberto como último recurso do trabalhador", afirmou. "A formação de um mercado interno mais vigoroso na última década proporcionou oportunidades."
O anuário destaca ainda o aumento da escolaridade da população como fator que impulsionou a abertura de novos negócios de 2000 a 2009. Quase dois terços, ou 60,1% dos empregadores possuíam em 2009 ao menos o ensino médio completo. Entre os trabalhadores por conta própria esse número chegou a 29,4%. "O aumento da taxa de sobrevivência é um reflexo do crescimento da escolaridade nas micro e pequenas empresas", lembrou Barretto, ao citar estudo do Sebrae que apontou, em outubro, que a cada 100 micro e pequenas empresas abertas no País 73 permanecem em atividade após os primeiros dois anos de existência, período considerado mais crítico.
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Setores
O estudo do Sebrae mostra que o setor de serviços aumentou sua participação no total de micro e pequenas empresas. Em 2000, 29,9% delas se encontravam neste ramo de atividade. Dez anos depois o orcentual subiu para 33,3%. A maior parte das micro e pequenas está no comércio (51,5%), participação que caiu em relação ao ano 2000, quando a parcela era de 54,7%. "Comércio e serviços são atividades diretamente ligadas ao emprego e à renda, que tiveram seus níveis elevados nesta década", disse o presidente do Sebrae.
Ainda conforme o anuário, do total de 6,1 milhões de micro e pequenas empresas do País 69,3% estão em cidades do interior. O presidente do Sebrae afirma que nos últimos dez anos houve no Brasil um aumento de renda nas cidades do interior, impulsionado principalmente pelo agronegócio e por obras públicas de infraestrutura. "O interior ganhou em capacidade de consumo e de oportunidades."