O ajuste fiscal permitirá ao país ampliar, até 2014, os investimentos de 19% para 24,1% do Produto Interno Bruto (PIB). A estimativa foi divulgada hoje (14) pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, na primeira reunião ministerial conduzida pela presidenta Dilma Rousseff.
O esforço para elevar os investimentos, afirmou o ministro, será conduzido em conjunto pelo governo e pelo setor privado. Mantega, no entanto, não apresentou estimativas de investimentos públicos nos próximos anos. Disse apenas que os investimentos da União e das estatais encerraram 2010 com recorde estimado em R$ 122,2 bilhões, o que equivale a 5,1% do PIB.
Para que a inflação nem os juros surpreendam neste ano, o ministro voltou a afirmar que o governo intensificará o esforço fiscal, reduzindo consideravelmente os gastos com custeio (manutenção da máquina pública). Mantega mostrou preocupação com projetos em tramitação no Congresso que podem trazer impacto fiscal, como o reajuste dos servidores do Judiciário e a regulamentação da Emenda 29, que destina recursos à saúde.
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Durante a apresentação, o ministro afirmou que, depois da crise de 2008 e da expansão acelerada no ano passado, o país passará por um ciclo de crescimento sustentável. De acordo com Mantega, a expansão ocorrerá sem desequilíbrios macroeconômicos, com inflação sob controle, com redução da dívida pública e aumento das reservas internacionais.
Na apresentação, o ministro não detalhou valores de cortes no Orçamento. De acordo com ele, a redução das despesas de custeio é essencial para abrir espaços para a ampliação dos investimentos e criar condições para a redução de juros e de impostos. Nesse cenário, destacou Mantega, o ajuste fiscal poderá ocorrer sem recessão, desemprego nem redução de obras públicas.
O ministro ressaltou que o preço do sucesso do Brasil é a valorização cambial. Ele, no entanto, destacou que o processo também ocorre em outros países, cujas moedas estão ficando cada vez mais fortes em relação ao dólar. Ano passado, o real se valorizou 5,01%, menos que outras moedas como o iene japonês, que se valorizou 14,68%, e o dólar australiano, que subiu 13,95%.