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Processos

País tem 52 instituições financeiras sob intervenção

Agência Brasil
19 jun 2011 às 16:08

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O Brasil tem atualmente 52 empresas com problemas financeiros em processo de liquidação extrajudicial e sob intervenção do Banco Central (BC). Um dos casos mais recentes de intervenção do BC foi a do Banco Morada, em abril deste ano.

O pequeno banco do Rio de Janeiro tem R$ 130 milhões de depósitos a prazo e à vista, 700 correntistas e aplicadores, de acordo com o chefe do Departamento de Liquidações Extrajudiciais do BC, Dawilson Sacramento. Segundo ele, o principal problema encontrado no banco foi nas operações de venda de carteira de crédito para outras instituições financeiras.

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Sacramento diz que um exemplo de problema encontrado foi quando clientes pagavam antecipadamente os empréstimos e o banco Morada não repassava esse pagamento para a instituição financeira que comprou a carteira de crédito. A previsão é que, dentro de 30 dias, o BC tenha um diagnóstico completo da situação da instituição financeira.

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Como ocorreu com o Banco Morada, a determinação do regime especial (intervenção e liquidação extrajudicial) vem depois que a fiscalização do BC verifica algum tipo de problema na instituição financeira, como ausência de liquidez (recursos disponíveis), desvio de dinheiro, descumprimentos de normas ou não pagamento de obrigações.

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Quando há a decisão de intervir, o primeiro passo é escolher um interventor, geralmente são destacados para a tarefa servidores aposentados do BC. A intervenção não é definitiva. O prazo é de seis meses prorrogáveis por igual período. Nesse processo, existe a possibilidade de sanar os problemas da instituição, o que permite o retorno ao mercado.


Entretanto, segundo Sacramento, os casos de retorno ao mercado são raros, uma vez que a instituição perde credibilidade. "A credibilidade ruim afasta os clientes", disse. Ele lembra de apenas um caso de uma corretora de seguros que foi recuperada e voltou a atuar no mercado com o mesmo nome.

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Depois da intervenção, a instituição financeira passa por um processo de liquidação extrajudicial, quando são vendidos os bens da empresa para pagar credores. No caso da liquidação extrajudicial, não há prazo para o fim da atuação do BC. Tanto que ainda estão na lista do BC bancos sob regime especial desde a década de 90. O Banco Bamerindus, por exemplo, sofreu intervenção em 1997 e, depois, foi para a liquidação extrajudicial. Na época, o banco foi incluído no Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer), criado pelo governo para financiar a compra de bancos com problemas financeiros por outras instituições.


Sacramento explica que, na liquidação extrajudicial, quando não se consegue o valor suficiente para pagar pelo menos 50% dos credores quirográficos (aqueles que não têm garantia, nem preferência) é caso de falência, determinada pela Justiça. Como exemplo de instituições que tiveram a falência determinada pela Justiça, recentemente, estão o Banco Santos, em 2005, e o Santos Neves, pequeno banco com sede em Vitória (ES), com decisão da Justiça deste ano.

Internamente, o BC elabora um inquérito para apurar as causas da quebra das instituições financeiras. O inquérito será enviado ao Ministério Público, que promove ação de responsabilidade contra gestores.


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