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Pão de Açúcar reformula setor de roupas no Extra em busca de vendas

Agência Estado
07 ago 2016 às 17:18

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- Divulgação
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O setor de roupas dos hipermercados é o mais novo foco do Grupo Pão de Açúcar (GPA), num esforço que já dura pelo menos um ano e tenta recuperar as vendas da rede Extra. Depois de anunciar em 2015 um investimento de R$ 100 milhões em reformas e de mudar este ano a estratégia comercial, a companhia agora espera melhorar a rentabilidade das lojas com reformulações na venda de roupas e acessórios.

Um projeto piloto, que já está em duas lojas do Extra e chegará a mais três neste ano, altera as coleções de roupas vendidas nos hipermercados. A lógica, conforme o gerente geral comercial têxtil do Extra, Renato Caetano, é abandonar o foco em peças muito básicas, que são expostas dobradas em mesas. Com maior foco em roupas casuais femininas, a rede espera impulsionar o segmento, que tradicionalmente oferece margens maiores que a média da loja e ajuda a elevar o tíquete das compras.

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"Tínhamos uma proposta de itens mais massificados, que eram como commodities, e agora estamos propondo peças para um estilo de vida casual, que estimulem o cliente a comprar mais itens", acrescenta o gerente geral Luiz Felipe Barbosa, responsável por desenvolvimento de vendas. Não se trata, porém, de produtos que sigam rigorosamente tendências de moda, ressalta Caetano, mas sim de um meio termo.

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Diversas iniciativas recentes do GPA tentam recuperar os resultados dos hipermercados, cujas vendas vêm se deteriorado desde meados de 2014. O esforço, porém, tem afetado as margens. Apesar de a companhia ter informado melhora nas vendas de alimentos no Extra no segundo trimestre, a rentabilidade baixa desagradou ao mercado.

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Analistas da Brasil Plural avaliaram que a complexidade das novas estratégias e as baixas margens impedem uma visão mais otimista desse momento do GPA. "Depois de a empresa reportar um grande impacto em margens, receita ainda anêmica e falta de alavancagem operacional, preferimos assumir uma postura cautelosa", escreveram Guilherme Assis e Felipe Cassimiro.


Os executivos da companhia têm justificado, porém, que parte do desempenho ainda mais fraco do Extra é explicado pelas vendas em categorias de não-alimentos. Daí o foco recente em têxtil.

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Resultados


Os testes desde abril indicaram melhora nas vendas de roupas, diz Barbosa. Segundo ele, o ritmo de crescimento das vendas brutas do setor têxtil aumentou em 20 pontos porcentuais nas lojas reformuladas na comparação com o ano passado. As mudanças aumentaram ainda a representatividade das vendas de roupa no total das vendas da loja. Segundo Caetano, essa fatia subiu entre 1 e 2 pontos porcentuais ante o ano passado, superando as expectativas da empresa.


As mudanças na área têxtil já chegaram até o momento às lojas do Jaguaré e Anchieta, em São Paulo. Outras três virão este ano e, ao longo de 2017 e 2018, a companhia espera levar o projeto para todos os hipermercados do Extra, sendo que em alguns a proposta ganha uma versão "light", com alterações mais suaves.

A nova fórmula teve inspiração no modelo da rede Éxito, da Colômbia, que assim como o GPA é controlada pelo grupo francês Casino. O grupo brasileiro vai importar peças de duas marcas do grupo colombiano, que tem fábrica própria. Pela frente, a expectativa é aumentar a integração com a operação colombiana, fazendo pedidos em conjunto para fornecedores. Com as compras conjuntas, diz Barbosa, a companhia pode obter ganhos de escala e espera ainda melhorar o planejamento de coleção.


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