Com 3.566 oportunidades de emprego, o Estado do Paraná lidera a oferta de vagas no setor agropecuário abertas no Portal Mais Emprego, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Número equivale a 24,8% do total de vagas ofertadas no país, que é de 14.365 postos de trabalho. Em segundo lugar, está o Rio Grande do Sul (2.143), seguido por São Paulo, com (1.988).
Segundo o último levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), referente ao mês de junho, o setor agropecuário foi o que o gerou o maior saldo de empregos no Paraná. Foram 819 novos postos com carteira assinada, com destaque para as regiões de Paranavaí (274), Cornélio Procópio (192), Maringá (171), Londrina e Umuarama (110).
De acordo com Suelen Glinski Rodrigues do Santos, economista do Observatório do Trabalho, da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social, o setor agropecuário vem se destacando na criação de novos empregos nos últimos meses. "No comparativo com o primeiro semestre do ano passado, o setor alcançou um crescimento no saldo de empregos superior a 100%", diz.
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A força do agronegócio no Paraná se deve, principalmente, à indústria frigorífica do interior do Estado. No primeiro semestre o setor registrou um saldo de 5.491 postos na atividade de abate de suínos, aves e outros pequenos animais. Em 2015, houve um aumento de 30% no número de contratados na indústria de carnes do Estado, em relação ao ano anterior.
Regiões
A diversidade da produção agrícola do Paraná foi a principal causa da geração de empregos e renda para grande parte da população da região Norte. Apesar da queda enfrentada pela indústria de transformação, a agroindústria continua gerando empregos nessa região.
No Noroeste, a cultura da laranja foi a que mais contratou trabalhadores, principalmente em Paranavaí. O município é sede da indústria de beneficiamento da laranja e fabricação do suco para a exportação, que em junho de 2015 registrou, sozinho, um saldo de 222 novos postos nesta atividade. Outras culturas que também abriram vagas foram a cana-de-açúcar, o café e a erva-mate.
Incentivos
Para o diretor de estatística do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Francisco Gouveia de Castro, a geração de empregos é resultado dos investimentos do governo estadual para atrair empresas nacionais e internacionais ao Paraná e fortalecer aquelas já instaladas.
"Os incentivos do programa Paraná Competitivo atraíram investimentos no setor industrial e deram condições pra que as empresas expandissem suas atividades de negócio, aumentando as contratações", explica.
Desde 2011, o programa já atraiu cerca de R$ 35 bilhões em investimentos privados e gerou mais de 181 mil novos postos de trabalho em todas as regiões do Estado.
Castro também enfatiza que os bons resultados na criação de empregos no setor agropecuário têm forte influência da atuação das cooperativas na economia no Estado. O cooperativismo agropecuário do Paraná é referência nacional e fornece mais da metade dos produtos que são exportados no país. O governo estadual apoia, principalmente, o pequeno produtor cooperado e as cooperativas da agricultura familiar paranaense.
Para fortalecer a atividade cooperativista no Paraná, o Governo do Estado elaborou a Lei do Cooperativismo. Sancionada pelo governador Beto Richa, em 2012, o documento estabelece incentivos e mecanismos de apoio ao setor, como suporte técnico e crédito acessível.
"Muitas das cooperativas ligadas ao ramo de produção de alimentos expandiram seus negócios, aumentando a demanda por trabalhadores formais", diz Castro.
Segundo dados da Organização de Cooperativas do Paraná (Ocepar), há 240 cooperativas de 11 ramos diferentes no Paraná, que agrupam mais de 735 mil cooperados e 62,3 mil colaboradores.